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sábado, fevereiro 16, 2013

Uma manhã no Museu do Fado - Lisboa

 Capa de um disco de Fado
 Vestido de Amália Rodrigues
 O Fado na Televisão, no Cinema e na Revista
 Vestidos de Amália Rodrigues
Hermínia Silva no filme a Aldeia da Roupa Branca
 Uma grande Fadista e um grande Poema
 Conversa com José Pracana e João Nunes no Auditório do Museu do Fado
José Pracana na Guitarra Portuguesa e João Nunes na Viola e Voz

sexta-feira, janeiro 25, 2013

8 Mulheres no Cinema e no Teatro

 
A peça 8 Mulheres, de Robert Thomas, foi estreada a 03 de Maio de 1962, no Teatro Nacional D. Maria II, com um elenco de luxo: Josefina Silva, Mariana Rey Monteiro, Cecília Guimarães, Lurdes Norberto, Teresa Mota, Amélia Rey Colaço e Palmira Bastos, com cenografia de Lucien Donnat e encenação de Pedro Lemos, segundo orientações de Jean le Poulain.
 
 
A adaptação ao cinema aconteceu em 2002, pela mão do realizador François Ozon, também com um elenco de luxo: Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Emmanuelle Béart, Fanny Ardant, Virgine Ledoyen, Danielle Darrieux, Firmine Richard, Ludivine Sagnier, Dominique Lamure.

terça-feira, maio 26, 2009

Parabéns João Salavisa e à produtora Filmes do Tejo

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes para Melhor Curta-Metragem.


"Arena", curta de João Salaviza, traz Palma de Ouro de Cannes
A curta-metragem "Arena" de João Salaviza, a única película portuguesa no Festival de Cannes, venceu hoje a Palma de Ouro. O realizador João Salaviza apresentou sábado a curta-metragem "Arena", o seu primeiro filme profissional. "Arena" conta a história de Mauro, um rapaz que está a cumprir uma pena em prisão domiciliária e que enfrenta o dilema de transgredir a lei para acertar contas com um grupo de miúdos marginais. O enviado especial da Antena 1 a Cannes , Tiago Alves, registou o "momento de ouro" de Salaviza.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Mamma Mia - Filme mais visto em Portugal em 2008 - Eu ajudei com umas cinco idas ao cinema...


'Mamma Mia!' foi o filme mais visto em Portugal em 2008

Soraia Chaves, a Call Girl do filme de António-Pedro Vasconcelos, levou ao cinema mais de 175 mil espectadores tornando-se, sem grande dificuldade, o filme português mais visto em 2008. Ainda assim, muito longe do anterior sucesso da actriz, O Crime do Padre Amaro, que é ainda o filme português mais visto de sempre, com mais de 380 mil espectadores.

Em 2008, e pelo segundo ano consecutivo, as salas de cinema portuguesas perderam espectadores, mas aumentaram as receitas de bilheteira, por conta da subida do preço dos ingressos, segundo o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

De acordo com dados preliminares do ICA, citados pela Lusa, em 2008 passaram 15,9 milhões de pessoas pelas salas de cinema, o que representa menos 400 mil espectadores do que em 2007. No entanto, exibidores e distribuidores contabili- zaram 69,9 milhões de euros de receita bruta de bilheteira, ou seja, mais 800 mil euros do que no ano anterior, um acréscimo que o ICA justificou com a possível subida do preço dos bilhetes.

No ano passado estrearam-se 233 longas-metragens, 14 das quais portuguesas e 106 de produção norte- -americana. O musical Mamma Mia! foi o filme mais visto, com 851 mil espectadores e 3,7 milhões de euros de receita de bilheteira.

A animação está, como sempre, nos lugares cimeiros. No anterior tinha sido Shrek 3 e Ratatui, em 2008 foi a vez de Madagáscar 2 (731 427 espectadores) e O Panda do Kung Fu (604 489). Já é costume os lugares cimeiros desta lista serem ocupados por filmes de grande entretenimento. Em 2008, além de Mamma Mia!, não podia faltar o regresso de Indiana Jones, um filme que reuniu pela quarta vez Steven Spielberg e Harrison Ford. O herói dos anos 80 continua a ter adeptos no novo milénio.

Apesar de se ter estreado a 20 de Dezembro de 2007, Call Girl, de António-Pedro Vasconcelos, liderou o ranking dos filmes portugueses mais vistos de 2008, com 175 808 espectadores. Em segundo lugar figurou Amália, o Filme, de Carlos Coelho da Silva (136 798 espectadores), e em terceiro Arte de Roubar, de Leonel Vieira (28 917 espectadores). Apesar de estarem no top do ano, estes dois filmes ficaram muito aquém das expectativas dos seus produtores.

Pelo contrário, O Meu Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes, pode ser considerado um sucesso: com os seus 20 083 espectadores foi o quarto filme português mais visto, a grande distância do quinto classificado: Cristóvão Colombo - O Enigma, de Manoel de Oliveira (5577 espectadores).

A Lusomundo, que detém 51% da quota de mercado na exibição em Portugal, foi a que mais lucrou em 2008, com 35,7 milhões de euros, largamente à frente das restantes exibidoras do ranking. A Socorama - Castello Lopes Cinemas arrecadou 13 milhões de euros e a UCI, 9,3 milhões de euros.
Diário de Notícias, 30 de Janeiro de 2009

sexta-feira, novembro 21, 2008

Mamma Mia

A minha cena favorita do filme Mamma Mia. Completo e boa imagem. Muito teatro em cinema. Grande interpretação da Streep.

quinta-feira, outubro 02, 2008

MAMMA MIA

Adivinhem onde fui esta noite? É verdade... ver o Mamma Mia pela terceira vez. E não me aborreço. Cada nova vez uma nova descoberta. Hoje, além de confirmar a genialidade de Meryl Streep, percebi que filme tem algumas partes extremamente comoventes. Não sei se estaria eu mais susceptível ou sensível que das outras vezes, mas o certo é que lá derramei uma lágrima ou outra. Mas mais uma vez saí de lá com uma barrigada de riso e óptima disposição.

Ficarei eu pela terceira vez? Hum... desconfio.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Paul Newman



1925-2008 Paul Newman Era grande, muito grande

28.09.2008, Luís Miguel Oliveira


Actor, realizador, marido, político, piloto de automóveis, team owner, cozinheiro, empresário, filantropo e com certeza ainda mais alguns et cetera. Poucos poderiam recitar com tanta propriedade o célebre poema de Walt Whitman: "I am large, I contain multitudes". Paul Newman era muito, muito grande. Por Luís Miguel Oliveira


"Há alguns que são actores natos, intuitivos. Eu não. Representar, para mim, é tão difícil como dragar um rio. É uma experiência dolorosa. Não tenho, muito simplesmente, nenhum talento intuitivo. O meu trabalho inquieta-me e estou sempre a queixar-me das minhas representações." Paul Newman dizia isto em 1959, e não consta que alguma vez o tenha substancialmente desdito. São palavras que, no seu esboço tipológico (os "intuitivos" e os outros), o definem bem como actor, e explicam alguma coisa da sua qualidade discreta e meticulosa, da sua exuberância controlada: os "intuitivos", para quem tudo parece fácil, gostam de deixar um rasto do trabalho, gostam que se veja que houve trabalho; os outros, aqueles para quem tudo parece difícil, tentam apagar as marcas do trabalho que fizeram, para que o resultado seja limpo, fluido, como se feito por intuição. Trabalho duro, muito duro: "Quando começámos a ensaiar, Paul insistia tanto nos mais pequenos pormenores que eu pensei: 'Nunca mais vamos sair daqui!'", disse Robert Rossen acerca da rodagem de The Hustler (A Vida é um Jogo) (1961), o filme que deu a Newman um dos seus mais célebres papéis, o de Fast Eddie Felson, ás do snooker, depois retomado por Martin Scorsese em A Cor do Dinheiro (1986).
Fast Eddie Felson foi há quase meio século. Newman retirou-se do cinema em Maio do ano passado, pouco antes de anunciar estar doente com um cancro de pulmão, e morreu na sexta-feira, aos 83 anos. A notícia foi avançada ontem por Vincenzo Manes, presidente da fundação italiana Dynamo Camp di Limestre, criada pelo actor, e foi depois confirmada pela porta-voz da família, Marni Tomljanovic. Newman, dez vezes nomeado para os Óscares, a mais recente das quais em 2003, nasceu a 26 de Janeiro de 1925 em Shaker Heights, perto de Cleveland, no Ohio. Esteve internado parte deste ano, para tratamentos de quimioterapia, mas no princípio de Agosto, quando se soube que poderia ter apenas semanas de vida, pediu para ter alta: disse que queria morrer em casa com as cinco filhas e a mulher, a também actriz Joanne Woodward, com quem esteve casado 50 anos.


Dean, Brando e os outros


De certeza que Newman estava a pensar em Marlon Brando quando se colocou de fora do grupo dos "intuitivos". Brando, apenas um ano mais velho, e seu grande amigo, foi sempre um "fantasma" para Newman. "Um dia, hão-de dizer que Brando é que é parecido comigo!", costumava dizer, num ligeiro complexo de inferioridade resolvido com bom humor (e provavelmente numa altura em que Newman não podia prever o "monstro" disforme em que o envelhecido Brando se tornaria). Brando, o "intuitivo", o "animal de cena", o "actor esmagador", emblema da nova geração de leading men do cinema americano do pós-II Guerra, aquele com quem todos eram comparados. Brando, o insaciável, Newman, a encarnação da modéstia; verdade, mas, como escreveu um crítico americano, havia alguma coisa de reconfortante no facto de ser impossível imaginar Paul Newman a encher a boca de algodão (como Brando no Padrinho) ou a alinhar nas tropelias sexuais do tipo das de O Último Tango em Paris. E nos últimos anos, quando Brando já não cabia em filme nenhum que não fosse feito à sua medida, Newman, sempre criterioso na escolha dos papéis, soube envelhecer graciosa e discretamente - e o facto é que quase toda a sua filmografia dos últimos 25-30 anos vale a pena, nalguns casos (como o par de filmes feito com Robert Benton, Vidas Simples, em 1994, e Twilight, em 1998) reflectindo mesmo, com mais angústia ou com mais bonomia, o seu próprio envelhecimento (em Twilight há um rumor persistente que põe em causa a virilidade da sua personagem).

"Stanislavski e blue jeans", assim definia a revista inglesa Sight and Sound, num artigo de 1955, a nova geração de actores que fizera o trajecto entre o teatro de Nova Iorque e o cinema de Hollywood. Newman era um deles, posto ao lado de James Dean (que morreria poucas semanas depois) como candidato a "novo Brando" ou a "novo Montgomery Clift". Esta nova geração, para além de Stanislavski e dos blue jeans, definia-se por um tipo de sensibilidade atormentada que cavava uma diferença para os actores da velha guarda de Hollywood. Uma "nova psicologia", por assim dizer, a psicologia com que os milhares de rapazes americanos que tinham combatido na II Guerra - e tinham voltado dos desertos do Norte de África ou das selvas do Pacífico com a certeza de que o mundo e a humanidade eram um pouco mais complexos do que o que lhes tinham dito - se podiam identificar. Brando e Clift, por exemplo, entraram no cinema em filmes directamente sobre o assunto, a fazerem de veteranos de guerra em The Men e em The Search, respectivamente (ambos filmes de Fred Zinnemann). Newman, que tinha feito os últimos meses da guerra do Pacífico (como operador de rádio a bordo de um avião torpedeiro, depois de lhe ser diagnosticado um leve daltonismo que o impediu de ser piloto), levou sempre um bocado a mal que o seu primeiro papel em cinema tenha sido uma coisa muito mais inócua, uma espécie de peplum chamada The Silver Chalice e realizada por Victor Saville. Tanto assim que, já nos anos 70, numa ocasião em que o filme ia ser exibido na televisão, pagou um anúncio de jornal de uma página inteira a dizer às pessoas que o filme era mau e a pedir-lhes que... não o vissem. Mas os dez anos seguintes, e os filmes feitos nesse período, não lhe deram tanto de que se queixar: Marcado pelo Ódio (1956), de Robert Wise, no papel do pugilista Rocky Graziano que estava destinado a James Dean; Vício de Matar (1958), de Arthur Penn, na pele de um Billy the Kid "moderno", precursor do olhar que o mesmo Penn dedicaria a outros anti-heróis, Bonnie e Clyde, dez anos mais tarde; a prova de que também funcionava em registo cómico em A Morena Ardente, de Leo McCarey, contracenando com Joanne Woodward no mesmo ano em que se casou com ela; os filmes realizados por Martin Ritt (The Long Hot Summer, em 1958, e Hud - O Mais Selvagem entre Mil, em 1963), o citado A Vida é um Jogo e ainda o par de filmes, feitos por Richard Brooks e baseados em peças de Tennessee Williams, Gata em Telhado de Zinco Quente (1958) e Corações na Penumbra (1962), talvez os filmes que melhor jogam com a criação de uma ambiguidade nascida no espaço entre os good looks de Newman e a tortuosidade psicológica das suas personagens. De resto, se Newman cultivava o aspecto e a forma atlética (fumava que se fartava, mas era um desportista) e tinha plena consciência da importância que isso tinha na sua carreira, os filmes deste período trabalham frequentemente uma ameaça à integridade física e mesmo à masculinidade "icónica" - fica com a cara num bolo no filme do pugilista, partem-lhe as mãos em A Vida É um Jogo, anda de muletas em Gata em Telhado de Zinco Quente, é desfigurado à pancada no final de Corações na Penumbra (na peça de original de Williams a personagem era castrada).

Chegado a 1963, com o sucesso de Hud (que lhe valeu a terceira nomeação para um Óscar que só ganharia nos anos 80 com o filme de Martin Scorsese), Newman estava definitivamente imposto como uma das maiores stars de Hollywood. Começa então a transição para uma meia-idade mais calma, e nada isenta de alguma auto-ironia. Disposto a correr alguns riscos, Newman alinha em "experiências" como filmar com Hitchcock (em A Cortina Rasgada, de 1965) ou com o seu amigo Robert Altman (dois filmes nos anos 70), ao mesmo tempo que arranca alguns dos seus filmes mais populares - como O Presidiário (Stuart Rosenberg, 1967) e os filmes em parceria com Robert Redford e o realizador George Roy Hill (Dois Homens e um Destino e A Golpada, em 1969 e 1973).

Estes anos, 60/70, são os anos em que Newman se vai dedicando, cada vez mais, a outros interesses e actividades. A realização, em primeiro lugar. A sua majestosa carreira de actor não nos deve fazer esquecer de que ele foi também um dos mais delicados e secretos cineastas americanos das últimas décadas: cinco filmes entre 1968 e 1987, em que o zénite talvez seja A Influência dos Raios Gama no Comportamento das Margaridas, filme feito para uma actriz que idolatrava, a mulher, Joanne Woodward, e incluindo, em Harry and Son (1981), a "expiação" de um drama familiar (a morte de um dos seus filhos, por overdose) e, em O Jardim Zoológico de Cristal (1987), um regresso a Tennessee Williams para uma espécie de fecho do círculo aberto nos anos 50 dos seus inícios. Na viragem de 60 para 70 Newman andou também bastante envolvido na política (num contexto democrata), com o seu amigo e rival Marlon Brando; experiência frustrante: "Ninguém queria saber de nós para nada". Se representar era "difícil", Newman descobriu por essa altura a única coisa que, sic, "fazia com graça e souplesse": ser piloto de automóveis. Por volta dos 50 anos iniciou uma carreira de piloto semiprofissional que incluiu um segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans e um lugar no Guinness como mais velho vencedor (aos 70 anos...) de uma prova oficial (as 12 Horas de Sebring). Tinha a sua própria equipa e, há algumas semanas, quando foi anunciado que Newman tinha os dias contados, também se disse que tinha telefonado ao seu team manager pedindo-lhe que preparasse um carro para poder ir dar "umas últimas voltas". Nos anos 70, os jornalistas pensaram ter descoberto o "lado negro" de Newman na sua paixão pelos automóveis, que só podia ser a expressão de um death wish; Newman riu-se do disparate, era só uma coisa que gostava muito de fazer, "a Joanne vai para a ópera e eu vou para as corridas, é assim que um casamento funciona". O casamento de 50 anos com Joanne Woodward era, claro, outro pormenor distintivo na vida de Newman, verdadeira raridade no meio da volatilidade sentimental de Hollywood. Mas Newman nunca foi o "hollywoodiano" típico: os lucros dos seus molhos para saladas (e da linha de produtos alimentares Newman's Own, espantosamente bem sucedida) vão inteiros para organizações de caridade.

Actor, realizador, marido, político, piloto de automóveis, team owner, cozinheiro, empresário, filantropo e com certeza ainda mais alguns et cetera. Poucos poderiam recitar com tanta propriedade o célebre poema de Walt Whitman: "I am large, I contain multitudes". Paul Newman era muito, muito grande.

In: jornal Público



Fica para mim na memória o filme Gata em Telhado de Zinco Quente, com Elizabeth Taylor...


segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Óscares 2007



Óscares 2007: Os vencedores

Filme
The Departed (The Departed: Entre Inimigos)
Realização
Martin Scorsese, em The Departed (The Departed: Entre Inimigos)
Actor
Forest Whitaker, em The Last King of Scotland (O Último Rei da Escócia)
Actriz
Helen Mirren, em The Queen (A Rainha)
Actor Secundário
Alan Arkin, em Little Miss Sunshine (Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos)
Actriz Secundária
Jennifer Hudson, em Dreamgirls (Dreamgirls)
Filme Estrangeiro
Das Leben der Anderen (As Vidas dos Outros), Alemanha
Argumento Original
Little Miss Sunshine (Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos)
Argumento Adaptado
The Departed (The Departed: Entre Inimigos)
Fotografia
El Laberinto del Fauno (O Labirinto de Fauno)
Montagem
The Departed (The Departed: Entre Inimigos)
Direcção Artística
El Laberinto del Fauno (O Labirinto do Fauno)
Guarda-Roupa
Marie Antoinette (Marie Antoinette)
Orquestração
Babel (Babel)
Canção
"I Need To Wake Up", Melissa Etheridge, de An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente)
Caracterização
El Laberinto del Fauno (O Labirinto do Fauno)
Som
Dreamgirls (Dreamgirls)
Montagem de Som
Letters from Iwo Jima (Cartas de Iwo Jima)
Efeitos Especiais
Pirates Of The Caribbean: Dead Man’s Chest (Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto)
Filme de Animação
Happy Feet (Happy Feet)
Documentário
An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente)
Curta-Metragem de Animação
The Danish Poet
Curta-Metragem
West Bank Story
Curta-Metragem Documental
The Blood Of Yingzhou District
Óscar Honorário
Ennio Morricone

terça-feira, janeiro 23, 2007

A Lista Oficial dos Nomeados para os Oscars 2007

Performance by an actor in a leading role
Leonardo DiCaprio in “Blood Diamond” (Warner Bros.)
Ryan Gosling in “Half Nelson” (THINKFilm)
Peter O’Toole in “Venus” (Miramax, Filmfour and UK Council)
Will Smith in “The Pursuit of Happyness” (Sony Pictures Releasing)
Forest Whitaker in “The Last King of Scotland” (Fox Searchlight)

Performance by an actor in a supporting role
Alan Arkin in “Little Miss Sunshine” (Fox Searchlight)
Jackie Earle Haley in “Little Children” (New Line)
Djimon Hounsou in “Blood Diamond” (Warner Bros.)
Eddie Murphy in “Dreamgirls” (DreamWorks and Paramount)
Mark Wahlberg in “The Departed” (Warner Bros.)

Performance by an actress in a leading role
Penélope Cruz in “Volver” (Sony Pictures Classics)
Judi Dench in “Notes on a Scandal” (Fox Searchlight)
Helen Mirren in “The Queen” (Miramax, Pathé and Granada)
Meryl Streep in “The Devil Wears Prada” (20th Century Fox)
Kate Winslet in “Little Children” (New Line)

Performance by an actress in a supporting role
Adriana Barraza in “Babel” (Paramount and Paramount Vantage)
Cate Blanchett in “Notes on a Scandal” (Fox Searchlight)
Abigail Breslin in “Little Miss Sunshine” (Fox Searchlight)
Jennifer Hudson in “Dreamgirls” (DreamWorks and Paramount)
Rinko Kikuchi in “Babel” (Paramount and Paramount Vantage)

Best animated feature film of the year
“Cars” (Buena Vista) John Lasseter
“Happy Feet” (Warner Bros.) George Miller
“Monster House” (Sony Pictures Releasing) Gil Kenan

Achievement in art direction
“Dreamgirls” (DreamWorks and Paramount)
Art Direction: John Myhre
Set Decoration: Nancy Haigh
“The Good Shepherd” (Universal)
Art Direction: Jeannine Oppewall
Set Decoration: Gretchen Rau and Leslie E. Rollins
“Pan’s Labyrinth” (Picturehouse)
Art Direction: Eugenio Caballero
Set Decoration: Pilar Revuelta
“Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest” (Buena Vista)
Art Direction: Rick Heinrichs
Set Decoration: Cheryl A. Carasik
“The Prestige” (Buena Vista)
Art Direction: Nathan Crowley
Set Decoration: Julie Ochipinti

Achievement in cinematography
“The Black Dahlia” (Universal) Vilmos Zsigmond
“Children of Men” (Universal) Emmanuel Lubezki
“The Illusionist” (Yari Film Group) Dick Pope
“Pan’s Labyrinth” (Picturehouse) Guillermo Navarro
“The Prestige” (Buena Vista) Wally Pfister

Achievement in costume design
“Curse of the Golden Flower” (Sony Pictures Classics) Yee Chung Man
“The Devil Wears Prada” (20th Century Fox) Patricia Field
“Dreamgirls” (DreamWorks and Paramount) Sharen Davis
“Marie Antoinette” (Sony Pictures Releasing) Milena Canonero
“The Queen” (Miramax, Pathé and Granada) Consolata Boyle

Achievement in directing
“Babel” (Paramount and Paramount Vantage) Alejandro González Iñárritu
“The Departed” (Warner Bros.) Martin Scorsese
“Letters from Iwo Jima” (Warner Bros.) Clint Eastwood
“The Queen” (Miramax, Pathé and Granada) Stephen Frears
“United 93” (Universal and StudioCanal) Paul Greengrass

Best documentary feature
“Deliver Us from Evil” (Lionsgate)
A Disarming Films Production
Amy Berg and Frank Donner
“An Inconvenient Truth” (Paramount Classics and Participant Productions)
A Lawrence Bender/Laurie David Production
Davis Guggenheim
“Iraq in Fragments” (Typecast Releasing)
A Typecast Pictures/Daylight Factory Production
James Longley and John Sinno
“Jesus Camp” (Magnolia Pictures)
A Loki Films Production
Heidi Ewing and Rachel Grady
“My Country, My Country” (Zeitgeist Films)
A Praxis Films Production
Laura Poitras and Jocelyn Glatzer

Best documentary short subject
“The Blood of Yingzhou District”
A Thomas Lennon Films Production
Ruby Yang and Thomas Lennon
“Recycled Life”
An Iwerks/Glad Production
Leslie Iwerks and Mike Glad
“Rehearsing a Dream”
A Simon & Goodman Picture Company Production
Karen Goodman and Kirk Simon
“Two Hands”
A Crazy Boat Pictures Production
Nathaniel Kahn and Susan Rose Behr

Achievement in film editing
“Babel” (Paramount and Paramount Vantage)
Stephen Mirrione and Douglas Crise
“Blood Diamond” (Warner Bros.)
Steven Rosenblum
“Children of Men” (Universal)
Alex Rodríguez and Alfonso Cuarón
“The Departed” (Warner Bros.)
Thelma Schoonmaker
“United 93” (Universal and StudioCanal)
Clare Douglas, Christopher Rouse and Richard Pearson

Best foreign language film of the year
“After the Wedding” A Zentropa Entertainments 16 Production
Denmark
“Days of Glory (Indigènes)” A Tessalit Production
Algeria
“The Lives of Others” A Wiedemann & Berg Production
Germany
“Pan’s Labyrinth” A Tequila Gang/Esperanto Filmoj/Estudios Picasso Production
Mexico
“Water” A Hamilton-Mehta Production
Canada

Achievement in makeup
“Apocalypto” (Buena Vista) Aldo Signoretti and Vittorio Sodano
“Click” (Sony Pictures Releasing) Kazuhiro Tsuji and Bill Corso
“Pan’s Labyrinth” (Picturehouse) David Marti and Montse Ribe

Achievement in music written for motion pictures (Original score)
“Babel” (Paramount and Paramount Vantage) Gustavo Santaolalla
“The Good German” (Warner Bros.) Thomas Newman
“Notes on a Scandal” (Fox Searchlight) Philip Glass
“Pan’s Labyrinth” (Picturehouse) Javier Navarrete
“The Queen” (Miramax, Pathé and Granada) Alexandre Desplat

Achievement in music written for motion pictures (Original song)
“I Need to Wake Up” from “An Inconvenient Truth”
(Paramount Classics and Participant Productions)
Music and Lyric by Melissa Etheridge
“Listen” from “Dreamgirls”
(DreamWorks and Paramount)
Music by Henry Krieger and Scott Cutler
Lyric by Anne Preven
“Love You I Do” from “Dreamgirls”
(DreamWorks and Paramount)
Music by Henry Krieger
Lyric by Siedah Garrett
“Our Town” from “Cars”
(Buena Vista)
Music and Lyric by Randy Newman
“Patience” from “Dreamgirls”
(DreamWorks and Paramount)
Music by Henry Krieger
Lyric by Willie Reale

Best motion picture of the year
“Babel” (Paramount and Paramount Vantage)
An Anonymous Content/Zeta Film/Central Films Production
Alejandro González Iñárritu, Jon Kilik and Steve Golin, Producers
“The Departed” (Warner Bros.)
A Warner Bros. Pictures Production
Nominees to be determined
“Letters from Iwo Jima” (Warner Bros.)
A DreamWorks Pictures/Warner Bros. Pictures Production
Clint Eastwood, Steven Spielberg and Robert Lorenz, Producers
“Little Miss Sunshine” (Fox Searchlight)
A Big Beach/Bona Fide Production
Nominees to be determined
“The Queen” (Miramax, Pathé and Granada)
A Granada Production
Andy Harries, Christine Langan and Tracey Seaward, Producers

Best animated short film
“The Danish Poet” (National Film Board of Canada)
A Mikrofilm and National Film Board of Canada Production
Torill Kove
“Lifted” (Buena Vista)
A Pixar Animation Studios Production
Gary Rydstrom
“The Little Matchgirl” (Buena Vista)
A Walt Disney Pictures Production
Roger Allers and Don Hahn
“Maestro” (Szimplafilm)
A Kedd Production
Geza M. Toth
“No Time for Nuts” (20th Century Fox)
A Blue Sky Studios Production
Chris Renaud and Michael Thurmeier

Best live action short film
“Binta and the Great Idea (Binta Y La Gran Idea)”
A Peliculas Pendelton and Tus Ojos Production
Javier Fesser and Luis Manso
“Éramos Pocos (One Too Many)” (Kimuak)
An Altube Filmeak Production
Borja Cobeaga
“Helmer & Son”
A Nordisk Film Production
Soren Pilmark and Kim Magnusson
“The Saviour” (Australian Film Television and Radio School)
An Australian Film Television and Radio School Production
Peter Templeman and Stuart Parkyn
“West Bank Story”
An Ari Sandel, Pascal Vaguelsy, Amy Kim, Ravi Malhotra and Ashley Jordan Production
Ari Sandel

Achievement in sound editing
“Apocalypto” (Buena Vista)
Sean McCormack and Kami Asgar
“Blood Diamond” (Warner Bros.)
Lon Bender
“Flags of Our Fathers” (DreamWorks and Warner Bros., Distributed by Paramount)
Alan Robert Murray and Bub Asman
“Letters from Iwo Jima” (Warner Bros.)
Alan Robert Murray
“Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest” (Buena Vista)
Christopher Boyes and George Watters II

Achievement in sound mixing
“Apocalypto” (Buena Vista)
Kevin O’Connell, Greg P. Russell and Fernando Camara
“Blood Diamond” (Warner Bros.)
Andy Nelson, Anna Behlmer and Ivan Sharrock
“Dreamgirls” (DreamWorks and Paramount)
Michael Minkler, Bob Beemer and Willie Burton
“Flags of Our Fathers” (DreamWorks and Warner Bros., Distributed by Paramount)
John Reitz, Dave Campbell, Gregg Rudloff and Walt Martin
“Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest” (Buena Vista)
Paul Massey, Christopher Boyes and Lee Orloff

Achievement in visual effects
“Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest” (Buena Vista)
John Knoll, Hal Hickel, Charles Gibson and Allen Hall
“Poseidon” (Warner Bros.)
Boyd Shermis, Kim Libreri, Chaz Jarrett and John Frazier
“Superman Returns” (Warner Bros.)
Mark Stetson, Neil Corbould, Richard R. Hoover and Jon Thum

Adapted screenplay
“Borat Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan” (20th Century Fox)
Screenplay by Sacha Baron Cohen & Anthony Hines & Peter Baynham & Dan Mazer
Story by Sacha Baron Cohen & Peter Baynham & Anthony Hines & Todd Phillips
“Children of Men” (Universal)
Screenplay by Alfonso Cuarón & Timothy J. Sexton and David Arata and Mark Fergus & Hawk Ostby
“The Departed” (Warner Bros.)
Screenplay by William Monahan
“Little Children” (New Line)
Screenplay by Todd Field & Tom Perrotta
“Notes on a Scandal” (Fox Searchlight)
Screenplay by Patrick Marber

Original screenplay
“Babel” (Paramount and Paramount Vantage)
Written by Guillermo Arriaga
“Letters from Iwo Jima” (Warner Bros.)
Screenplay by Iris Yamashita
Story by Iris Yamashita & Paul Haggis
“Little Miss Sunshine” (Fox Searchlight)
Written by Michael Arndt
“Pan’s Labyrinth” (Picturehouse)
Written by Guillermo del Toro
“The Queen” (Miramax, Pathé and Granada)
Written by Peter Morgan

sexta-feira, abril 28, 2006

CRONOLOGIA GLÍCINIA QUARTIN



1951 -Estreia com Roberto e Melisandra texto e enc. Tomás Ribas - Grupo de Teatro Experimental - Teatro da Rua da Fé "Glicínia Quartin uma ingénua dramática de grandes possibilidades." - in Século Ilustrado
1951 - O Julgamento de Marsyas, enc. Claude-Henri Frèches - Liceu Francês L'Aiglon, de Edmond Rostand enc. Claude-Henri Frèches - Liceu Francês
1951 – Estreia com Roberto e Melisandra texto e enc. Tomás Ribas – Grupo de Teatro Experimental – Teatro da Rua da Fé "Glicínia Quartin uma ingénua dramática de grandes possibilidades." – in Século Ilustrado. O Julgamento de Marsyas , enc. Claude-Henri Frèches – Liceu Francês - L'Aiglon, de Edmond Rostand enc. Claude-Henri Frèches – Liceu Francês - Crime e Castigo de Rodney Ackland, enc. Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro – Teatro Nacional D. Maria II (estagiária)
1953 – Quem tem farelos? de Gil Vicente, enc. Tomás Ribas – Teatro da Rua da Fé (na Casa da Comarca de Arganil) - Auto de S. Martinho de Gil Vicente, enc. Tomás Ribas – Teatro da Rua da Fé (na Casa da Comarca de Arganil) O Velho Ciumento de Cervantes, enc. Tomás Ribas – Teatro da Rua da Fé (na Casa da Comarca de Arganil) - Lágrimas de Nossa Senhora de Da Todi, enc. Tomás Ribas – Teatro da Rua da Fé (na Casa da Comarca de Arganil)
1954 – O Dia Seguinte de Luís Francisco Rebelo, enc. Paulo Renato – Grupo Cénico da Sociedade Guilherme Cossoul
1957 – A Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente, enc. Jacinto Ramos – Teatro Experimental de Lisboa
1958 – Se Amanhã Fosse Hoje de Carlos Avilez, enc. Carlos Avilez – Casa de Espanha
Ainda no período pré-profissional, Glicínia Quartin passou pelo teatro televisivo, onde, com o Teatro Experimental de Lisboa representou:
1952 – Guerras de Alecrim e Manjerona de António José da Silva, direcção de Pedro Bom - Auto da Alma de Gil Vicente, direcção de Pedro Bom - Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, direcção de Nuno Fradique e Pedro Bom - A Menina Tonta de Lope de Vega, direcção de Pedro Bom - Fidalgo Aprendiz de Francisco Manuel de Melo, direcção de Pedro Bom "Começa-se a saber-se que Glicínia Quartin é uma atriz portentosa." – in Século Ilustrado. O Burguês Fidalgo de Molière, direcção de Pedro Bom
1959 – As Duas Barcas de D. João da Câmara, direcção de Pedro Bom
1960 – Nas Covas de Salamanca de Cervantes, direcção de Artur Ramos
Como profissional:
No Teatro Experimental do Porto:
1965 – Os Burossáurius de Silvano Ambrogi (tradução de Glicínia Quartin), enc. João Guedes - O Auto da Índia de Gil Vicente, enc. Carlos Avilez - O Auto da Feira de Gil Vicente, enc. Carlos Avilez - A Barca do Inferno de Gil Vicente, enc. Carlos Avilez No Teatro Estúdio de Lisboa:
1965 – Ele, Ela e os Complexos de Jean Bernard Luc, enc. de Luzia Maria Martins - Mesas Separadas de Terence Rattigan, enc. de Luzia Maria Martins "Glicínia Quartin evidencia, uma vez mais, os seus inegáveis dotes de comediante, afirmando-se como um valor que o teatro sério em Portugal, nem deve perder sem crime e sem remorso." – in Diário Popular Teatro.
No Teatro Experimental de Cascais:
1966 – Casa de Bernarda Alba de Garcia Lorca, enc. de Carlos Avilez - O Mar de Miguel Torga, enc. de Carlos Avilez "As episódicas mas fulgurantes vindas de Glicínia Quartin à cena." – in Diário Popular. A Maluquinha de Arroios de André Brun, enc. de Carlos Avilez "Reune às suas invulgares qualidades de comediante a inteligência e o senso crítico." in Jornal do Comércio.
No Teatro Nacional D. Maria II:
1957 – O Pescador à Linha de Jaime Salazar Sampaio, enc. de Artur Ramos "Glicínia Quartin, um dos valores mais destacados dentro do meio experimental, soube ser de uma simplicidade notável." – in Diário Ilustrado.
1967 – Equílibrio Instável de Edward Albee, enc. Amélia Rey Colaço
1968 – As Três Perfeitas Casadas de Alejandro Casona, enc. Cayetano Luca de Tena - O Camarada Miussov de Valentin Kataiev, enc. Pedro Lemos
1969 – Os Visigodos de Jaime Salazar Sampaio, enc. de Artur Ramos - Esfera Facetada de Nuno Moniz Pereira, enc. Rogério Paulo - O Pecado de João Agonia de Bernardo Santareno, enc. Rogério Paulo
1970 – A Celestina de Fernando Rojas, enc. Cayetano Luca de Tena "Glicínia Quartin com uma admirável cena de alcova e sempre muito bem." – in Nova Antena.
No Grupo de Acção Teatral:
1970 – O Processo de Kafka de Gide-Barrault, enc. Artur Ramos
1971 – Sexta Feira às Quatro e Um Quarto de Willis Hall e Keith Waterhouse, enc. Armando Cortês - A Capital de Eça de Queirós, enc. Artur Ramos
Na Casa da Comédia:
1968 – Dias Felizes de Samuel Beckett, enc. de Artur Ramos - "A actriz mostra-nos um autêntico trabalho de criação…"
1977 – Saudades texto e enc. Ricardo Pais
1980 – Electra de Marguerite Yourcenar, enc. Filipe La Féria
1985 – Savanah Bay de Marguerite Duras, enc. Filipe La Féria
1990 – Teatro, Doce Teatro de Edward Radzinsky, enc. Fernando Heitor
N’Os Cómicos / Teatro da Trindade:
1978 – Ninguém (a partir de Frei Luís de Sousa), de Almeida Garrett, enc. Ricardo Pais e Nuno Carinhas
N’Os Bonecreiros:
1971 – O Circo Imaginário do Super Basílio de Beatrice Tanaka, enc. João Mota - A Grande Cegada , encenação colectiva
Na Cornucópia:
1973 – O Misantropo de Molière, enc. de Luís Miguel Cintra
1974 – Terror e Miséria no III Reich de Bertolt Brecht, enc. de Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra
1975 – Pequenos Burgueses de Máximo Gorki, enc. Jorge Silva Melo
1976 – Ah Q de Jean Jourdheuil e Bernard Chartreux, enc. Luís Miguel Cintra Musicas Mágicas de Catherine Dasté (direcção)
1977 – Casimiro e Carolina de Odon Von Horvath, enc. de Cristina Reis, Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra
1986 – Pai de August Strindberg, enc. Anne Consigny
1993 – Primavera Negra de Raul Brandão, enc. de Luís Miguel Cintra
Sete Portas de Botho Strauss, enc. de Luís Miguel Cintra
1994 – Triunfo do Inverno de Gil Vicente, enc. de Luís Miguel Cintra
1996 – Barba Azul de Jean-Claude Biette, enc. de Christine Laurent
1998 – Um Sonho de August Strindberg, enc. de Luís Miguel Cintra
1999 – Afabulação de Pier Paolo Pasolini, enc. de Luís Miguel Cintra
2001 – O Novo Menoza de Jacob Lenz, enc. de Luís Miguel Cintra
2002 – O Colar de Sophia de Mello Breyner Andresen enc. de Luís Miguel Cintra
2003 – Anatomia Tito Queda de Roma de Heiner Müller, enc. de Luís Miguel Cintra
2004 – A Família Schroffenstein de Kleist, enc. de Luís Miguel Cintra
Participação em Produções Independentes:
1971 – As Criadas de Jean Genet, enc. de Vitor Garcia (Teatro Experimental de Cascais)
Emílio e os Detectives de Erich Kastner, enc. Glicínia Quartin (Teatro Jovem Espectador – Teatro Vilaret)
1981 – Casamento Branco de Tadeusz Rozewicz, enc. Fernanda Lapa (Companhia Nacional 1 – Teatro Popular)
1984 – Abel, Abel de Augusto Sobral, enc. de Rogério Vieira (Teatro do Bairro Alto)
1987 – À Procura do Presente texto e enc. de Adolfo Gutkin (IFICT)
1988 – Quarteto de Heiner Müller, enc. Jorge Silva Melo (Encontros Acarte 1988)
1984 – Madalena Lê uma Carta de Jaime Salazar Sampaio, enc. Rogério de Carvalho (Teatro do Bairro Alto)
1992 – Inverno de 45 de Michel Deutsch, enc. Jorge Castro Guedes (Teatro da Trindade)
1995 – Rosa, Minha Querida Rosa de Josette Boulva e Marie Gatard, enc. de João Canijo (Teatro Nacional D. Maria II)
1999 – O que é feito de Betty Lemon? de Arnold Wesker, enc. de Manuel Cintra (Centro Cultural de Belém) Mainstream pelo Pogo Teatro (Centro Cultural de Belém)
No cinema:
1962 – D. Roberto de Ernesto de Sousa "Dá-nos a conhecer uma nova actriz dramática que vai causar sensação: Glicínia Quartin " – in Diário Popular
1964 – Crime de Aldeia Velha de Manuel Guimarães
1977 – Antes do Adeus de Rogério Ceitil
1978 – Histórias Selvagens de António Campos
1980 – Passagem ou A Meio Caminho de Jorge Silva Melo
1981 – Conversa Acabada de João Botelho
1984 – Ninguém Duas Vezes de Jorge Silva Melo
1987 – O Bobo de José Álvaro Morais
1988 – Agosto de Jorge Silva Melo - O Mistério da Boca do Inferno de José Pina
1990 – Um Passo, Outro Passo e Depois... de Manuel Mozos
1993 – Coitado do Jorge de Jorge Silva Melo 1993 – Longe daqui de João Guerra
1994 – A Caixa de Manoel de Oliveira
1995 – A Comédia de Deus de João César Monteiro - Sinais de fogo de Jorge de Sena, real. Luís Filipe Rocha
1999 – Morte Macaca, (cm)de Jeanne Waltz
2000 – António, um Rapaz de Lisboa, de Jorge Silva Melo
2004 – Conversas com Glícinia, de Jorge Silva Melo
Prémios:
1966 – Prémio Revelação da Casa da Imprensa, Maluquinha de Arroios
1968 – Prémio Nacional Lucinda Simões, com Dias felizes – (SNI)
1972 – Prémio da Crítica, com As Criadas
1992 – Nomeação para Prémio de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura
1997 – Nomeação para o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa "Distingue-se Glicínia Quartin, de temperamento dramático ímpar, pondo toda a sua sensibilidade de mulher e de artista da arte de interpretação." "… ficou a perder a biologia, parabéns ao teatro." "Enquanto existirem artistas da craveira intelectual da Glicínia Quartin não será possível que o teatro em Portugal se deixe adormecer" – in República.
Com os Artistas Unidos:
1997 – O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, de Jorge Silva Melo (Culturgest/Litografia de Portugal)
2004 – Terrorismo, dos Irmãos Presniakov, encenação de Jorge Silva Melo – Teatro Taborda. Não Posso Adiar o Coração, de António Ramos Rosa, Mário Cesariny e outros – Sala do Senado Assembleia da República - Conversas com Glícina, de Jorge Silva Melo.

sexta-feira, abril 21, 2006

MARIA CALLAS NA CINEMATECA

Ontem, quinta-feira, dia 20, pelas 19 horas, a Cinemateca de Bérnard da Costa passou o filme MEDEA, de Pier Paolo Pasolini. A principal protagonista é MARIA CALLAS, único filme de toda a carreira da grande voz lírica.
Embora grande admirador de Pasolini - especialmente Saló e Decameron - nunca tinha visto o Medea. Talvez porque não se encontre no mercado nacional em DVD ou porque as televisões nunca o passaram... isto que eu saiba.
A surpresa foi grande e muito muito agradável.
Pasolini genial como sempre, com uma fotografia fora de série e figurinos deslumbrantes. E Maria Callas... bela, filmada de todos os ângulos, dando um estatuto intocável à sua personagem.
Se ainda não viu, não perca. Repete hoje, sexta-feira, às 19h e 30m, na Cinemateca, em Lisboa.
Pasolini e Callas... juntos.
"O encontro de Pasolini com Maria Callas (ficariam grandes amigos), deu-se à volta da MEDEIA de Eurípides, que também fora o ponto de partida de uma ópera de Cherubini, um dos grandes papéis da cantora. Mas em MEDEIA, Callas não canta e quase não fala. Filmado essencialmente em cenários naturais na Turquia, MEDEIA retoma o método de trabalho de ÉDIPO REI, porém com uma diferença fundamental: a tragédia não tem referentes modernos. Pasolini referiu-se ao filme nestes termos: “MEDEIA é uma mistura um pouco monstruosa de conto filosófico e intriga amorosa. Medeia vem de um mundo religioso e arcaico e chega a um mundo onde tudo é laico, moderno, refinado, culto. O drama nasce deste conflito.”
MEDEA Medeia de Pier Paolo Pasolinicom Maria Callas, Giuseppe Gentile, Massimo Girotti, Laurent Terzieff - França/Itália, 1969 - 118 min

quinta-feira, novembro 24, 2005

"Isabel de Castro dizia-nos numa entrevista "Só temo a morte das pessoas que me são próximas; por mim, sempre a vi como uma figura muito bonita, idealizada desde criança como uma bonita mulher, pálida, de longos cabelos negros, misteriosa evidentemente, mas nada terrífica." (DN Magazine, 1991) Terá sido essa figura da morte, serena e bonita, a levar, da exaustão duma doença longa, a actriz que se despedia do público por via da telenovela Anjo Selvagem (TVI, 2001-02), após deixar marcas indeléveis no teatro e no cinema do último meio século. Com 74 anos feitos em Agosto, e há alguns retirada no Alentejo, a repousar da "vida alucinante", Isabel de Castro morreu ontem na sua casa de Borba, em cujo cemitério será hoje sepultada, após missa de corpo presente na Igreja de S. Sebastião.
Cinco vezes mãe, outras tantas avó e duas vezes bisavó, tendo perdido já a filha mais velha, Isabel Maria Bastos Osório de Castro e Oliveira, natural de Lisboa, neta da feminista Ana de Castro Osório, oriunda da burguesia liberal e culta (pai escritor, mãe cantora lírica), foi apoiada pela família na escolha da arte de representar - várias vezes disse ter começado a ver teatro aos quatro anos, ao colo do pai.
Estreando-se aos 14 anos no cinema (Ladrão, Precisa-se, de Jorge Brum do Canto, 1945) e um ano depois no Teatro Estúdio do Salitre, trocou o liceu pelo Conservatório, mas depressa se mudou para Madrid, mediante contrato para filmar nos dois países. Em Espanha, a carreira traduziu-se numa quinzena de títulos (1949-1956). Entretanto, publicou um romance (Antes da Vida Começar...). Regressada ao País em fase negra do cinema nacional, começou, sobretudo, por pisar os palcos no Teatro Nacional Popular, a companhia de Ribeirinho com sede no Trindade; na Companhia de Amélia Rey Colaço/Teatro Nacional. Com base em Lisboa, fez breve passagem pelo Teatro Experimental do Porto e integrou até uma companhia de revista de Giuseppe Bastos, em digressão pelas colónias de Angola e Moçambique (1962).
Jamais abandonando o cinema, a retrospectiva que a Cinemateca lhe dedicou em 1990, logo no título ("Isabel de Castro e os Cinemas Portugueses") ilustra a travessia da actriz por filmografias de sucessivas gerações de realizadores. Destaque para a fase iniciada, em 1965, com António de Macedo, no Cinema Novo (Domingo à Tarde, segundo o romance de Namora, a contracenar com Ruy de Carvalho) e prolongada em filmes de cineastas que vão do veterano Oliveira às mais novas gerações, abundando a sua presença, sempre generosa, em primeiras obras, de Silva Melo a Pedro Costa, Manuel Mozos ou Inês de Medeiros.
No teatro, a trajectória de Isabel de Castro ia passando, ao mesmo tempo, por (quase) tudo quanto era experiência inovadora, sem ter deixado de passar pela empresa de Vasco Morgado. Assim é que, do Nacional e do Trindade, seguiu para o Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, derivou para a Casa da Comédia ou o TEC. Após 1974, deteve-se na Cornucópia, onde, por exemplo, protagonizou Música para Si, de Franz-Xavier Kroëtz, encenação de Cintra/Silva Melo, que Solveig Nordlund filmou (1978). Um papel mudo, ao qual a intérprete atribuía ainda maior importância do que à personagem-limite d'A Voz Humana, de Jean Cocteau, um dos seus mais memoráveis desempenhos no Teatro da Graça, direcção de Rogério de Carvalho. Nesses gloriosos anos do Grupo de Teatro Hoje, Isabel de Castro somou criações notáveis, do ciclo Cocteau ao americano, ao russo e ao nórdico. Extinto o grupo, a breve trânsito pelo Teatro Aberto, seguiu-se o Teatro da Garagem (depoimento abaixo), nas derradeiras temporadas em cena, antes da despedida na TV.
Ontem, José Amaral Lopes, veredor da Cultura da CML, manifestou, em comunicado, profundo pesar pela morte da actriz. Um sentimento que todos partilhamos." - Diário de Noticias, 24-11-2005

quarta-feira, novembro 23, 2005

(Isabel de Castro com Mário Viegas em "O Rei das Berlengas")

"Morreu a actriz Isabel de Castro

A actriz Isabel de Castro morreu hoje em Borba, Évora, aos 74 anos, vítima de doença prolongada. Isabel de Castro participou em dezenas de filmes e peças de teatro. Passou também pela televisão, numa carreira com mais de 60 anos.
( 15:28 / 23 de Novembro 05 )

O funeral da actriz Isabel de Castro, está marcado para quinta-feira no cemitério local.
O mais recente trabalho de Isabel de Castro, que teve os seus primeiros êxitos no cinema nomeadamente em Espanha, foi na telenovela "Anjo Selvagem" exibida na TVI.
Isabel Maria Bastos Osório de Oliveira estreou-se aos 14 anos no filme "Ladrão precisa-se", de Jorge do Canto. Com o diploma do Conservatório Nacional vai para Espanha onde, durante meia dúzia de anos, trabalha regulamente no cinema espanhol.
De regresso a Portugal realizou inúmeros trabalhos de cinema, teatro e televisão. Recentemente, trabalhou com companhias mais experimentais como os Artistas Unidos e o Teatro da Garagem.
Ouvido pela TSF, o encenador Carlos Avilez, destaca a beleza e o talento e Isabel de castro. «A Isabel era uma actriz maravilhosa, uma mulher sensacional. Estava sempre presente nos momentos difíceis dos colegas. Além disso era linda», salienta o encenador." - TSF
FILMOGRAFIA PORTUGUESA
Ladrão, Precisa-se!... (1946)
Fogo! (1949)
Heróis do Mar (1949)
O Dinheiro dos Pobres (1956)
As Pupilas do Senhor Reitor (1961)
Sexta-Feira, 13 (1962)
Fado Corrido (1964)
Domingo à Tarde (1966)
O Destino Marca a Hora (1970)
Brandos Costumes (1975)
O Rei das Berlengas (1978)
Passagem - Ou a Meio Caminho (1980)
Francisca (1981)
Conversa Acabada (1982)
Sem Sombra de Pecado (1983)
Jogo de Mão (1984)
Um Adeus Português (1985)
O Desejado ou As Montanhas da Lua (1987)
Mensagem (1988)
Tempos Difíceis (1988)
Três Menos Eu (1988)
Uma Pedra no Bolso (1988)
A Sétima Letra (1989)
A Lição de Inglês (1990)
O Sangue (1991)
Vertigem (1991)
Xavier (1992)
Aqui Na Terra (1993)
Chá Forte Com Limão (1993)
O Miradouro da Lua (1993)
Vale Abraão (1993)
Três Palmeiras (1994)
Casa de Lava (1995)
Viagem ao Princípio do Mundo (1997)
A Testemunha (1998)
Desvio (1996)
Jerónimo (1998)
Tráfico (1998)
Uma Voz na Noite (1998)
A Sombra de Cain (1999)
Glória (1999)
Ilhéu de Contenda (1999)
O Anjo da Guarda (1999)
Quando Troveja (1999)
Amo-te, Teresa (2000)
O Fato (2000)
Henrique (2001)
A Dupla Viagem (2002)
FILMOGRAFIA ESPANHOLA

quinta-feira, agosto 04, 2005

Eunice Muñoz

A paixão pelo público e pelas artes do espectáculo era já característica da família de Eunice, tendo os seus avós, mãe – Júlia Muñoz (MIMI) – e tios formado uma companhia teatral que representava na província e era conhecida como a "Troupe Carmo".
Mimi, viria a conhecer, em Alter do Chão, Hernâni Muñoz que, era uma das atracções do Circo Muñoz, executando, na perfeição, um tango com a sua irmã Alzira.
Casaram em 1927, tendo, no ano seguinte, nascido a primogénita Eunice Muñoz, seguida do irmão Hernâni em 1929.
Mais tarde, esta família forma a sua própria companhia onde, desde os 5 anos, Eunice se exibia com grande intuição musical em canções em voga como "Uma Porta e Uma Janela".
Quando as variedades nos cinemas se tornaram inviáveis, surgiu o Teatro Desmontável Mimi Muñoz, daí que os estudos de Eunice tivessem decorrido ao sabor das tournées familiares, tendo feito a admissão ao liceu em Fornos de Algodres, onde, após se retirarem da actividade até então exercida, os pais se dedicaram à formação de pequenos grupos de variedades como empresários.
Eunice Muñoz, subiu pela primeira vez ao palco para interpretar o papel de Isabel na peça "Vendaval", no Teatro Nacional D. Maria II, pela companhia Rey Colaço Robles Monteiro, no dia 28 de Novembro de 1941, na sequência do conselho dado por Sales Ribeiro a Amélia Rey Colaço, aquando da necessidade de quatro raparigas para rodear Maria Lalande nesta peça, que seria a última de Virgínia Vitorino. Nesta peça, Eunice chama a atenção de João Villaret e desperta interesse e admiração por parte de Amélia Rey Colaço.
Após uma paragem, Eunice voltou ao palco do Nacional em 1942, integrando a companhia Rey Colaço Robles Monteiro e representando ao lado dos actores mais importantes da época em Portugal.
Durante as férias da companhia nos meses de verão, foi chamada para representar ao lado de Estevão Amarante na opereta "João Ratão", no Teatro Avenida. No mesmo verão subiu à cena no Teatro Variedades para a comédia "Raparigas Modernas". A interpretação que faz da personagem "Maria" em "Frei Luís de Sousa" pela companhia Rey Colaço Robles Monteiro, engrandeceu o seu prestigio.
Deixou o Teatro Nacional no verão de 44 e, devido ao seu talento e grandes capacidades, passou da comédia sentimental à farsa e à opereta, percurso que a levou a figurar em lugares de destaque nos cartazes.
Dia 24 de Julho de 1945, Eunice prestou as provas finais no Conservatório com cenas do 2o acto da "Vivette", obtendo a classificação de 18 valores e para grande espanto na noite desse mesmo dia, o nome da actriz figurava com o mesmo tamanho e com a mesma força que Mirita Casimiro e Vasco Santana no cartaz de estreia da comédia musicada "Chuva de Filhos".
Este ciclo da vida de Eunice, foi encerrado dia 23 de Abril de 1946 na farsa "Cuidado com a Bernarda!", tendo-se estreado no cinema a 23 de Setembro do mesmo ano, no papel de "Má Fortuna", uma mulher da mais alta nobreza com uma paixão não correspondida por Camões, interpretação que lhe valeu o prémio de melhor actriz do SNI, com apenas 17 anos de idade.
Eunice casou em 1947 com o arquitecto Rui Couto e declarou, em várias revistas, querer trocar o teatro pelo cinema.
Participou ainda em mais uma filme mas reapareceu em palco em Novembro do mesmo ano como primeira figura na peça "A Noite de 16 de Janeiro".
Em 1949 voltou à companhia Rey Colaço Robles Monteiro para protagonizar a peça " Outono em Flor", a última de Júlio Dantas.
Ainda no mesmo ano, a actriz quase atingiu o ponto de ruptura com a profissão, tendo feito mais três filmes antes de 15 anos de paragem na sua carreira cinematográfica.
Nesta altura, Eunice foi desaproveitada na revista.
Viria, porém a fazer enorme furor na companhia formada em 1951 no Teatro do Ginásio sob a direcção de António Pedro, interpretando papeis e peças nacionais e internacionais.
Passando ainda pelo Trindade na peça "João da Lua" Eunice retirou-se da sua profissão que lhe teria sido quase imposta.
Foi então caixeira numa loja de cortiça.
O regresso ao palco teve lugar na noite de 9 de Novembro de 1955 no Teatro Avenida.
O nascimento de um filho levou a outro afastamento que terminou em 1957, desta vez no Teatro da Trindade, integrando a companhia Teatro Nacional Popular, formada por Francisco Ribeiro e interpretando um papel na "Noite de Reis" de Shakespeare.
Em 1965, aceitou o desafio de integrar a Companhia Portuguesa de Comediantes com duas sessões diárias e matinée ao Domingo.
No ano de 1969 a desilusão de Eunice perante o panorama teatral da época levou a que formasse uma companhia com José de Castro, a companhia "Somos Dois" que se destinava a levar a efeito uma longa tournée por Angola e Moçambique.
Passou ainda uma última vez pela companhia Rey Colaço Robles Monteiro em 1971.
O Teatro Experimental de Cascais envolveu mais uma vez Eunice Muñoz num grande sucesso em "As Criadas" de Jean Genet, ao qual se sucedeu uma longa tounée em África.
Voltando a Lisboa em Maio de 74, apenas voltou ao palco em 76.
Seguiram-se ainda mais ausências e regressos entre vários géneros dramáticos na vida de uma actriz " que é sem dúvida a actriz mais jovem e mais ousada de quantas actuam em palcos portugueses".

terça-feira, maio 17, 2005

Maria Barroso em "Mudar de Vida", de Paulo Rocha


Maria Barroso
Esta é uma reportagem de Óscar Alves, para a Revista "Plateia", de 7 de Junho de 1966.
A entrevistada é, nada mais nada menos que, Maria de Jesus Barroso. Actualmente ex-actriz, ex-primeira dama, ex-directora do Colégio Moderno, ex-Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, uma das caras da revista "Cais" (da direcção, entenda-se; não estão a ver a Maria Barroso à porta de um Pingo Doce, vestida de amarelo, a vender a "Cais"), católica fervorosa (mas há pouco tempo), e muitas outras coisas que já nem me lembro.
Esta entrevista foi dada à revista "Plateia" devido à estreia nacional do filme "Mudar de Vida", de Paulo Rocha.
Eis alguns excertos da entrevista:
"Por grande amabilidade para com a "Plateia", Maria Barroso, que detesta publicidade e vive num mundo completamente extra-artistico, o seu mundo de familia e de mãe, acedeu a conceder-nos esta entrevista."
"- Porque não representou durante os dezassete anos em que esteve ausente do palco?
- Porque não se me deparou qualquer oportunidade de interesse. Dediquei-me por isso apenas a recitais poéticos, sobretudo em meios estudantis e operários".
"- Sendo algarvia, foi-lhe dificil adaptar-se ao tipo de mulher piscatória nortenha?
- Sai do Algarve há muitos anos. E não se esqueça que o nivel do actor se revela, sobretudo, na capacidade de adaptação a cada nova situação que se lhe apresente."
"- Em Portugal os actores têm ou não um nivel de cultura suficiente?
- Temos actores muitos cultos e temos outros que porventura o serão menos. O grave, é que não possuimos, infelizmente, os meios necessários para podermos progredir e para melhorar a nossa condição de profissionais. É no entanto, com agrado, que verifico haver imensa gente nova que se interessa pelo teatro e que tem preocupações culturais muito sérias.
- Parece-lhe certo o teatro que actualmente se apresenta em Portugal?
- Acho que, de uma maneira geral, está errado. Mas, a maior parte das vezes, as empresas não têm outras possibilidades...
Ao terminar esta entrevista, Maria Barroso falou acerca da sua situação de actriz num pais onde ela não o pôde nem pode ser, a não ser por espaços, muito longe da medida das suas excepcionais faculdades.
- O futuro é sempre uma incógnita. Acima de tudo estou interessada em ter uma vida calma, dedicada ao meu lar e à minha familia. Se as condições de trabalho, em Portugal, não se modificarem, não creio muito provável que volte a representar."
Agora pergunto eu: Se naquela altura achava errado o teatro que se fazia, que diria Maria Barroso hoje? Em vez de um Teatro Nacional temos um jazigo plantado na Praça do Rossio. Em vez de Actores em palco, temos manequins. Seria uma Ivone Silva pior que uma Teresa Guilherme? Seria uma Fernanda Serrano superior a uma Mariana Rey Monteiro? Será que um Diogo Amaral é superior a um Rui de Carvalho (naquela época)?
Assim como assim, Maria Barroso teve o maior palco que se podia imaginar: Portugal. E se não continuou actriz foi pedagoga, sendo directora de um Colégio que muito me orgulho ter frequentado (tal como meu pai e meus muitos irmãos).