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terça-feira, outubro 30, 2012

Almada Negreiros

 
Uma grande frase de Almada Negreiros, "graffitada" numa parede em Lisboa. Esta frase pertence ao brilhante manifesto "A Cena do Ódio" que, tal como o Manifesto Anti-Dantas, foi lido por Mário Viegas e se encontra na integre no youtube.

quarta-feira, março 14, 2012

Meu caro Otelo Saraiva de Carvalho, pá... por Mário Viegas


Espero que esta carta, pá, te vá encontrar bem de saúde, pá, que eu cá vou indo, graças a Deus, pá. A carta é aberta, pois não sei a tua morada, pá. Quem te escreve é aquele Actor de Teatro e Recitador de Poesia, que usa o nome artístico de Mário Viegas. Não sei se estás a ver quem é, pá?! Fui eu, a quem uns amigos teus pediram em 1985 e 1987, para ler dois comunicados teus, pá, no dia 25 de Abril, em frente ao Forte de Caxias, à luz de fogueiras, numa Vígilia de Solidariedade para contigo e teus companheiros do caso FP 25/FUP, pá. Li ainda, uma carta tua numa grande homenagem ao saudoso e genial Zeca Afonso, em Setúbal. Penso que se me escolheram, foi por conselho teu e porque acharam que eu tinha dotes "dramáticos" para o fazer, pá.
Sabes que não tive um segundo de dúvida e lá estive em Caxias, emocionado, meio às escuras, com polícia por todo o lado, segurança "da malta", etc. Fiquei afónico, pá, para me fazer ouvir, sem microfones e de emoção e sinceridade.
Estavas preso há pouco tempo e como deves calcular, estando o Telejornal presente, fiquei muito marcado por isso e mal-visto em muitos meios do público de direita. Houve mesmo telefonemas ameçadores para uma sala onde eu fazia um Recital de Poesia, pá. Da fama de "cúmplice" ninguém me safou! Mas fi-lo "pelo coração", como faço tudo em política, pá! Mais! Nos tempos de antena da UDP e do PSR, aceitei participar, só para poder pedir a rápida solução do teu caso, pá. Não sei se te recordas ainda, que te visitei imediatamente no Forte de Caxias, (acompanhado pelo saudoso Actor Amílcar Botica) e várias vezes em Tomar (acompanhado pelo Zé Mário Branco e a Actriz Manuela de Freitas). Não julgas certamente que o fiz, para ganhar publicidade profissional, oportunismo, espionagem, eu sei lá o quê, pá!...
Ao ver-te e ouvir-te numa patética entrevista (repito: PA-TÉ-TI-CA!!!) na RTP-Canal 1, a jogar às cartas, com duas meninas "que fazem gracinhas de salão", fiquei estarrecido!!!
Será o Otelo, ou uma rábula do Herman José, pá?!
- Será possível que só tenhas 210 contos, em teu nome, no Banco?!
- Será possível que não estejas a favor dos "casamentos" entre homossexuais, com o único argumento de "que não gosto... não acho bem", pá?!...
- Será possível que aches que os partidos políticos têem dado cabo da Democracia?! Olha, que nem o Salazar diria melhor, pá!
- Será possível, pá, que sejas contra o serviço voluntário militar, (em substituição do obrigatório), porque o Exército se poderia encher de "skin-heads"'!
- Será possível, pá, que nunca tenhas dado por homossexuais na tua carreira militar e sejas contra a sua inclusão na vida militar, tal qual como os mais reaccionários falcões dos Exércitos de todo o mundo?
- Será possível, pá, que tenhas citado o Maestro Vitorino d'Almeida dizendo que eras um heteressexual assumido?! Má piada machista!...
- Será possível que desconheças a luta pela dignificação de centenas de milhares de homens e mulheres, em todo o mundo, neste final do século vinte, pá, principalmente depois do trágico problema da SIDA?
Mas... aqui é que eu gostava de chegar:
- Será possível que tenhas dito, que tens grandes amigos no Teatro (citaste: Cornucópia, Comuna e Barraca) e te tenhas esquecido da minha Companhia Teatral do Chiado, na Sala Estúdio do S. Luís e que tem como Director Artístico, o "parvo do Mário Viegas", há 5 anos?!
Há já uns 6 anos, pá, eu te convidei umas duas ou três vezes, para veres um espectáculo gírissimo que encenei no Ritz-Club, "O Regresso de Bucha e Estica". Estiveste na conversa e nos copos no 1º andar e nunca te dignaste subir para espreitar, pá. Fiquei muito sentido!!
Nunca te deste ao trabalho nestes cinco anos, de ver um dos nossos onze espectáculos e quatro exposições e vários recitais de Poesia. Ou também és daqueles esquerdistas, que acham que só devem ir "de borla e por convite"?!
Eu não fiz mais que a minha obrigação, ao tentar "romanticamente" ajudar-te, dentro dos limites da minha profissão e coragem. Não o fiz para me agradeceres ou dar presentes...
Mas, "Só não sente, quem não é filho de boa-gente!!" diz o Povo Unido e com razão, pá!
Não te zangues comigo... Não penses que isto é "cabala" deste jornal... Nem venhas agora a correr à Rua Antonio Maria Cardoso... (É uma triste ironia...)
Gostaria de saber, pá, que raio de "intriguistas" é que estiveram por trás do teu silêncio para comigo há uns 6 anos. Tu, que amas tanto o Teatro, pá...
E fico com a imagem do Salgueiro Maia, na minha terra, Santarém, que se cruzou comigo e disse: "Obrigado por tudo o que tens feito pela divulgação da Poesia Portuguesa."
Confesso que fiquei emocionado e vaidoso. Mas como sabes: "Os Deuses levam sempre primeiro, os Melhores!"

domingo, novembro 06, 2011

sexta-feira, agosto 12, 2011

A Cena do Ódio, de Almada Negreiros, por Mário Viegas

A Cena do Ódio - José de Almada Negreiros, por Mário Viegas
A Álvaro de Campos a dedicação intensa de todos os meus avatares. Foi escrito durante os três dias e as três noites que durou a revolução de 14 de Maio de 1915
Ergo-Me Pederasta apupado d'imbecis,
Divinizo-Me Meretriz, ex-líbris do Pecado,
e odeio tudo o que não Me é por Me rirem o Eu!
Satanizo-Me Tara na Vara de Moisés!
O castigo das serpentes é-Me riso nos dentes,
Inferno a arder o Meu Cantar!
Sou Vermêlho-Niagara dos sexos escancarados nos chicotes
dos cossácos!
Sou Pan-Demónio-Trifauce enfermiço de Gula!
Sou Génio de Zaratrusta em Taças de Maré-Alta!
Sou Raiva de Medusa e Danação do Sol!
Ladram-Me a Vida por vivê-La
e só Me deram Uma!
Hão-de lati-La por sina!
Agora quero vivê-La!
Hei-de Poeta cantá-La em Gala sonora e dina
Hei-de Glória desanuviá-La!
Hei-de Guindaste içá-La Esfinge
da Vala pedestre onde Me querem rir!
Hei-de trovão-clarim levá-La Luz
às Almas-Noites do Jardim das Lágrimas!
Hei-de bombo rufá-La pompa de Pompeia
nos Funerais de Mim!
Hei-de Alfange-Mahoma
cantar Sodoma na Voz de Nero!
Hei-de ser Fuas sem Virgem do Milagre,
hei-de ser galope opiado e doido, opiado e doido...
Hei-d' Átila, hei-de Nero, hei-de Eu,
cantar Atila, cantar Nero, cantar Eu!
Sou Narciso do Meu Ódio!
- O Meu ódio é Lanterna de Diógenes,
é cegueira de Diógenes,
é cegueira da Lanterna!
(O Meu Ódio tem tronos d' Herodes,
histerismos de Cleópatra, perversões de Catarina!)
O Meu ódio é Dilúvio Universal sem Arcas de Noé, só
Dilúvio Universal!
e mais Universal ainda:
Sempre a crescer, sempre a subir...
até apagar o Sol!
Sou trono de Abandono, mal-fadado,
nas iras dos Bárbaros meus Avós.
Oiço ainda da Berlinda d'Eu ser sina
gemidos vencidos de fracos,
ruídos famintos de saque,
ais distantes de Maldição eterna em Voz antiga!
Sou ruínas rasas, inocentes
como as asas de rapinas afogadas.
Sou relíquias de mártires impotentes
sequestradas em antros do Vício.
Sou clausura de Santa professa,
Mãe exilada do Mal, Hóstia d'Angústia no Claustro,
freira demente e donzela,
virtude sozinha da cela
em penitência do sexo!
Sou rasto espezinhado d'Invasores
que cruzaram o meu sangue, desvirgando-o.
Sou a Raiva atávica dos Távoras,
o sangue bastardo de Nero,
o ódio do último instante
do Condenado inocente!
A podenga do Limbo mordeu raivosa
as pernas nuas da minh'Alma sem baptismo...
Ah! que eu sinto, claramente,
que nasci de uma praga de ciúmes!
Eu sou as sete pragas sobre o Nilo e a Alma dos Bórgias a
penar!
Tu, que te dizes Homem!
Tu, que te alfaiatas em modas
e fazes cartazes dos fatos que vestesp'ra que se não vejam as nódoas de baixo!
Tu, qu'inventaste as Ciências e as Filosofias,
as Políticas, as Artes e as Leis,
e outros quebra-cabeças de sala
e outros dramas de grande espectáculo
Tu, que aperfeiçoas sabiamente a arte de matar.
Tu, que descobriste o cabo da Boa-Esperança
e o Caminho Marítimo da índia
e as duas Grandes Américas,
e que levaste a chatice a estas Terras
e que trouxeste de lá mais gente p'raqui
e qu'inda por cima cantaste estes Feitos...
Tu, qu'inventaste a chatice e o balão,
e que farto de te chateares no chão
te foste chatear no ar,
e qu'inda foste inventar submarinos
p'ra te chateares também por debaixo d'água,
Tu, que tens a mania das Invenções e das Descobertas
e que nunca descobriste que eras bruto,
e que nunca inventaste a maneira de o não seres
Tu consegues ser cada vez mais besta
e a este progresso chamas Civilização!
Vai vivendo a bestialidade na Noite dos meus olhos,
vai inchando a tua ambição-toiro
'té que a barriga te rebente rã.
Serei Vitória um dia -Hegemonia de Mim!
e tu nem derrota, nem morto, nem nada.
O Século-dos-Séculos virá um dia
e a burguesia será escravatura
se for capaz de sair de Cavalgadura!
Hei-de, entretanto, gastar a garganta
a insultar-te, ó besta!
Hei-de morder-te a ponta do rabo
e por-te as mãos no chão, no seu lugar!
Ahi! Saltimbanco-bando de bandoleiros nefastos!
Quadrilheiros contrabandistas da Imbecilidade!
Ahi! Espelho-aleijão do Sentimento,
macaco-intruja do Alma-realejo!
Ahi! macrelle da Ignorância!
Silenceur do Génio-Tempestade!
Spleen da Indigestão!
Ahi! meia-tigela, travão das Ascensões!
Ahi! povo judeu dos Cristos mais que Cristo!
Ó burguesia! Ó ideal com i pequeno
Ó ideal ricócó dos Mendes e Possidonios
Ó cofre d'indigentes
Cuja personalidade é a moral de todos!
Ó geral da mediocridade!
Ó claque ignóbil do Vulgar, protagonista do normal!
Ó Catitismo das lindezas d'estalo!
Ahi! lucro do fácil,
cartilha-cabotina dos limitados, dos restringidos!
Ai! dique-impecilho do Canal da Luz!
Ó coito d'impotentes
a corar ao sol no riacho da Estupidez!
Ahi! Zero-barómetro da Convicção!
bitola dos chega, dos basta, dos não quero mais!
Ahi! Plebeísmo Aristocratizado no preço do panamá!
erudição de calça de xadrez!
competência de relógio d'oiro
e correntes com suores do Brasil,
e berloques de cornos de búfalo!
E eu vivo aqui desterrado e Job
da Vida-gémea d'Eu ser feliz!
E eu vivo aqui sepultado vivo
na Verdade de nunca ser Eu!
Sou apenas o Mendigo de Mim-Próprio,
órfão da Virgem do meu sentir.
E como queres que eu faça fortuna
se Deus, por escárnio, me deu Inteligência,
e não tenho sequer, irmãs bonitas
nem uma mãe que se venda para mim?
(Pesam quilos no Meu querer
as salas de espera de Mim.
Tu chegas sempre primeiro...
Eu volto sempre amanhã...
Agora vou esperar que morras.
Mas tu és tantos que não morres...
Vou deixar d'esp'rar que morras
- Vou deixar d'esp'rar por mim!)
Ah! que eu sinto, claramente, que nasci
de uma praga de ciúmes!
Eu sou as sete pragas sobre o Nilo
e a alma dos Bórgias a penar!
E tu, também, vieille-roche, castelo medieval
fechado por dentro das tuas ruínas!
Fiel epitáfio das crónicas aduladoras!
E tu também ó sangue azul antigo
que já nasceste co'a biografia feita!
Ó pajem loiro das cortesias-avozinhas!
Ó pergaminho amarelo-múmia
das grandes galas brancas das paradas
e das Vitórias dos torneios-lotarias
com donzelas-glórias!
Ó resto de cetros, fumo de cinzas!
Ó lavas frias do Vulcão pirotécnico
com chuvas d'oiros e cabeleiras prateadas!
Ó estilhacos heráldicos de Vitrais
despegados lentamente sobre o tanque do silêncio!
Ó Cedro secular
debruçado no muro da Quinta sobre a estrada
a estorvar o caminho da Mala-posta!
E vós também, ó Gentes de Pensamento,
ó Personalidades, ó Homens!
Artistas de todas as partes, cristãos sem pátria,
Cristos vencidos por serem só Um!
E vós, ó Génios da Expressão,
e vós também, ó Génios sem Voz!
ó além-infinito sem regressos, sem nostalgias,
Espectadores gratuitos do Drama-Imenso de Vós-Mesmos!
Profetas clandestinos
do Naufrágio de Vossos Destinos!
E vós também, teóricos-irmãos-gémeos
do meu sentir internacional!
Ó escravos da Independência!
Vós que não tendes prémios
por se ter passado a vez de os ganhardes,
e famintos e covardes
entreteis a fome em revoltas do Mau-Génio
no boémia da bomba e da pólvora!
E tu também, ó Beleza Canalha
Co'a sensibilidade manchada de vinho!
Ó lírio bravo da Floresta-Ardida
à meia-porta da tua Miséria!
Ó Fado da Má-Sina
com ilustrações a giz
e letra da Maldição!
Ó fera vadia das vielas açaimada na Lei!
Ó xale e lenço a resguardar a tísica!
Ó franzinas do fanico
co'a sífilis ao colo por essas esquinas!
Ó nu d'aluguer
na meia-luz dos cortinados corridos!
Ó oratório da meretriz a mendigar gorjetas
p'rá sua Senhora da Boa-Sorte!
Ó gentes tatuadas do calão!
carro vendado da Penitenciária!
E tu também, ó Humilde, ó Simples!
enjaulados na vossa ignorância!
Ó pé descalço a calejar o cérebro!
Ó músculos da saúde de ter fechada a casa de pensar!
Ó alguidar de açorda fria
na ceia-fadiga da dor-candeia!
Ó esteiras duras pra dormir e fazer filhos!
Ó carretas da Voz do Operário
com gente de preto a pé e filarmónica atrás!
Ó campas rasas, engrinaldadas,
com chapões de ferro e balões de vidro!
Ó bota rota de mendigo abandonada no pó do caminho!
Ó metamorfose-selvagem das feras da cidade!
Ó geração de bons ladrões crucificados na Estupidez!
Ó sanfona-saloia do fandango dos campinos!
Ó pampilho das Lezírias inundadas de Cidade!
ó trouxa d'aba larga da minha lavadeira,
Ó rodopio azul da saia azul de Loures!
E vós varinas que sabeis a sal
as Naus da Fenícia ainda não voltaram?!
E vós também, ó moças da Província
que trazeis o verde dos campos
no vermelho das faces pintadas!
E tu também, ó mau gosto
co'a saia de baixo a ver-se
e a falta d'educação!
Ó oiro de pechisbeque (esperteza dos ciganos)
a luzir no vermelho verdadeiro da blusa de chita!
Ó tédio do domingo com botas novas
e música n'Avenida!
Ó santa Virgindade
a garantir a falta de lindeza!
Ó bilhete postal ilustrado
com aparições de beijos ao lado!
E vós ó gentes que tendes patrões,
autómatos do dono a funcionar barato!
Ó criadas novas chegadas de fora p'ra todo o serviço!
Ó costureiras mirradas,
emaranhadas na vossa dor!
Ó reles caixeiros, pederastas do balcão,
a quem o patrão exige modos lisonjeiros
e maneiras agradáveis pròs fregueses!
Ó Arsenal fadista de ganga azul e coco socialista!
Ó saídas pôr-do-sol das Fábricas d'Agonia!
E vós também, ó toda a gente, que todos tendes patrões!
E vós também, nojentos da Política
que explorais eleitos o Patriotismo!
Macrots da Pátria que vos pariu ingénuos
e vos amortalha infames!
E vós também, pindéricos jornalistas
que fazeis cócegas e outras coisas
à opinião pública!
E tu também roberto fardado:
Futrica-te espantalho engalonado,
apoia-te das patas de barro,
Larga a espada de matar
e põe o penacho no rabo!
Ralha-te mercenário, asceta da Crueldade!
Espuma-te no chumbo da tua Valentia!
Agoniza-te Rilhafoles armado!
Desuniversidadiza-te da doutorança da chacina,
da ciencia da matança!
Groom fardado da Negra,
pária da Velha!
Encaveira-te nas esporas luzidias de seres fera!
Despe-te da farda,
desenfia-te da Impostura, e põe-te nu, ao léu
que ficas desempregado!
Acouraça-te de senso,
vomita de vez o morticínio,
enche o pote de raciocínio,
aprende a ler corações,
que há muito mais que fazer
do que fazer revoluções!
Ruína com tuas próprias peças-colossos
as tuas próprias peças colossais,
que de 42 a 1 é meio-caminho andado!
Rebusca no seres selvagem
no teu cofre do extermínio
o teu calibre máximo!
Põe de parte a guilhotina,
dá férias ao garrote!
Não dês língua aos teus canhões,
nem ecos às pistolas,
nem vozes às espingardas!
– São coisas fora de moda!
Põe-te a fazer uma bomba
que seja uma bomba tamanha
que tenha dez raios da Terra.
Põe-lhe dentro a Europa inteira,
os dois pólos e as Américas,
a Palestina, a Grécia, o mapa
e, por favor, Portugal!
Acaba de vez com este planeta,
faze-te Deus do Mundo em dar-lhe fim!
(Há tanta coisa que fazer, Meu Deus!
e esta gente distraída em guerras!)
Eu creio na transmigração das almas
por isto de Eu viver aqui em Portugal.
Mas eu não me lembro o mal que fiz
durante o Meu avatar de burguês.
Oh! Se eu soubesse que o Inferno
não era como os padres mo diziam:
uma fornalha de nunca se morrer...
mas sim um Jardim da Europa
à beira-mar plantado...
Eu teria tido certamente mais juízo,
teria sido até o mártir São Sebastião!
E inda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!
Se ao menos isto tudo se passasse
numa Terra de mulheres bonitas!
Mas as mulheres portuguesas
são a minha impotência!
E tu, meu rotundo e pançudo-sanguessugo,
meu desacreditado burguês apinocado
da rua dos bacalhoeiros do meu ódio
co'a Felicidade em casa a servir aos dias!
Tu tens em teu favor a glória fácil
igual à de outros tantos teus pedaços
que andam desajuntados neste Mundo,
desde a invenção do mau cheiro,
a estorvar o asseio geral.
Quanto mais penso em ti, mais tenho Fé e creio
que Deus perdeu de vista o Adão de barro
e com pena fez outro de bosta de boi
por lhe faltar o barro e a inspiração!
E enquanto este Adão dormia
os ratos roeram-lhe os miolos,
e das caganitas nasceu a Eva burguesa!
Tu arreganhas os dentes quando te falam d'Orpheu
e pões-te a rir, como os pretos, sem saber porquê.
E chamas-me doido a Mim
que sei e sinto o que Eu escrevi!
Tu que dizes que não percebes;
rir-te-has de não perceberes?
Olha Hugo! Olha Zola, Cervantes e Camões,
e outros que não são nada por te cantarem a ti!
Olha Nietzche! Wilde! Olha Rimbaub e Dowson!
Cesário, Antero e outros tantos mundos!
Beethoven, Wagner e outros tantos génios
que não fizeram nada,
que deixaram este mundo tal qual!
Olha os grandes o que são estragados por ti!
O teu máximo é ser besta e ter bigodes.
A questão é estar instalado.
Se te livras de burguês e sobes a talento, a génio,
a seres alguém,
o Bem que tu fizeres é um décimo de seres fera!
E de que serve o livro e a ciência
se a experiência da vida
é que faz compreender a ciência e o livro?
Antes não ter ciências!
Antes não ter livros!
Antes não ter Vida!
Eu queria cuspir-te a cara e os bigodes,
quando te vejo apalermado p'las esquinas
a dizeres piadas às meninas,
e a gostares das mulheres que não prestam
e a fazer-lhes a corte
e a apalpar-lhes o rabo,
esse tão cantado belo cu
que creio ser melhor o teu ideal
que a própria mulher do cu grande!
E casaste-te com Ela,
porque o teu ideal veio pegado a Ela,
e agora à brocha limpas a calva em pinga
à coca de cunhas p'ró Cunha examinador
do teu décimo nono filho
dezanove vezes parvo!
(É o caso mais exemplar de Constância e fidelidade
a tua história sexual co'a Felisberta,
desde o teu primogénito tanso
'té ao décimo nono idiota.)
'Té no matrimónio te maldigo, infame cobridor!
Espécie de verme das lamas dos pântanos
que de tanto se encharcar em gozos
o seu corpo se atrofiou
e o sexo elefantizado foi todo o seu corpo!
Em toda a parte tu és o admirador
e em toda a parte a tua ignorância
tem a cumplicidade da incompetência
dos que te falam 'té dos lugares sagrados.
Sim! Eu sei que tu és juiz
e qu'inda ontem prometeste a tua amante,
despedindo-a num beijo de impotente,
a condenação dos réus que tivesses
se Ela faltasse à matinée da Boa-Hora!
Pulha! E és tu que do púlpito
d'essa barriga d'Água da Curia
dás a ensinança de trote
aos teus dezanove filhos?!
Cocheiros, contai: dezanove!!!
Zute! bruto-parvo-nada
que Me roubaste tudo:
'té Me roubaste a Vida
e não Me deixaste nada!
nem Me deixaste a Morte!
Zute! poeira-pingo-micróbio
que gemes pequeníssimos gemidos gigantes
grávido de uma dor profeta colossal.
Zute! elefante-berloque parasita do não presta!
Zute! bugiganga-celulóide-bagatela!
Zute, besta!
Zute, bácoro!!
Zute, merda!!!
Em toda a parte o teu papel é admirar,
mas (caso inf'liz)
nunca acertas numa admiração feliz.
Lês os jornais e admiras tudo do princípio ao fim
e se por desgraça vem um dia sem jornais,
tens de ficar em casa nos chinelos
porque nesse dia, felizmente,
não tens opinião pra levares à rua.
Mas nos outros dias lá estás a discutir.
É que a Natureza é compensadora:
quem não tem dinheiro p'ra ir ao Coliseu
deve ter cá fora razões p'ra se rir.
Só te oiço dizer dos outros
a inveja de seres como eles.
Nem ao menos, pobre fadista,
a veleidade de seres mais bruto?
Até os teus desejos são avaros
como as tuas unhas sujas e ratadas.
Ó meu gordo pelintrão,
água-morna suja, broa do outro v'rao!
Os homens são na proporção dos seus desejos
e é por isso que eu tenho a Concepção do Infinito...
Não te cora ser grande o teu avô
e tu apenas o seu neto, e tu apenas o seu esperma?
Não te dói Adão mais que tu?
Não te envergonha o teres antes de ti
outros muito maiores que tu?
Jamais eu quereria vir a ser um dia
o que o maior de todos já o tivesse sido
eu quero sempre muito mais
e mais ainda muito pr'além-demais-Infinito...
Tu não sabes, meu bruto, que nós vivemos tão pouco
que ficamos sempre a meio-caminho do Desejo?
Em toda a parte o bicho se propaga,
em toda a parte o nada tem estalagem.
O meu suplício não é somente de seres meu patrício
ou o de ver-te meu semelhante,
tu, mesmo estrangeiro, és besta bastante.
Foi assim que te encontrei na Rússia
como vegetas aqui e por toda a parte,
e em todos os ofícios e em todas as idades.
Lá suportei-te muito! Lá falavas russo
e eu só sabia o francês.
Mas na França, em Paris - a grande capital,
apesar de fortificada,
foi assolada por esta espécie animal.
E andam p'los cafés como as pessoas
e vestem-se na moda como elas,
e de tal maneira domésticos
que até vão às mulheres
e até vão aos domésticos.
Felizmente que na minha pátria,
a minha verdadeira mãe, a minha santa Irlanda,
apenas vivi uns anos d'Infância,
apenas me acodem longinquamente
as festas ensuoradas do priest da minha aldeia,
apenas ressuscitam sumidamente
as asfixias da tísica-mater,
apenas soam como revoltas
as pistolas do suicídio de meu pai,
apenas sinto infantilmente
no leito de uma morta
o gelo de umas unhas verdes,
um frio que não é do Norte,
um beijo grande como a vida de um tísico a morrer.
Ó Deus! Tu que m'os levaste é que sabias
o ódio que eu lhes teria
se não tivessem ficado por ali!
Mas antes, mil vezes antes, aturar os burgueses da My
Ireland
que estes desta Terra
que parece a pátria deles!
Ó Horror! Os burgueses de Portugal
têm de pior que os outros
o serem portugueses!
A Terra vive desde que um dia
deixou de ser bola do ar
p'ra ser solar de burgueses.
Houve homens de talento, génios e imperadores.
Precisaram-se de ditadores,
que foram sempre os maiores.
Cansou-se o mundo a estudar
e os sábios morreram velhos
fartos de procurar remédios,
e nunca acharam o remédio de parar.
E inda eu hoje vivo no século XX
a ver desfilar burgueses
trezentas e sessenta e cinco vezes ao ano,
e a saber que um dia
são vinte e quatro horas de chatice
e cada hora sessenta minutos de tédio
e cada minuto sessenta segundos de spleen!
Ora bolas para os sábios e pensadores!
Ora bolas para todas as épocas e todas as idades!
Bolas pròs homens de todos os tempos,
e prà intrujice da Civilização e da Cultura!
Eu invejo-te a ti, ó coisa que não tens olhos de ver!
Eu queria como tu sentir a beleza de um almoço pontual
e a f'licidade de um jantar cedinho
co'as bestas da família.
Eu queria gostar das revistas e das coisas que não prestam
porque são muitas mais que as boas
e enche-se o tempo mais!
Eu queria, como tu, sentir o bem-estar
que te dá a bestialidade!
Eu queria, como tu, viver enganado da vida e da mulher,
e sem o prazer de seres inteligente pessoalmente!
Eu queria, como tu, não saber que os outros não valem nada
p'ra os poder admirar como tu!
Eu queria que a vida fosse tão divinal
como tu a supões, como tu a vives!
Eu invejo-te, ó pedaço de cortiça
a boiar à tona d'água, à mercê dos ventos,
sem nunca saber que fundo que é o Mar!
Olha para ti!
Se te não vês, concentra-te, procura-te!
Encontrarás primeiro o alfinete
que espetaste na dobra do casaco,
e depois não percas o sítio,
porque estás decerto ao pé do alfinete.
Espeta-te nele para não te perderes de novo,
e agora observa-te!
Não te escarneças! Acomoda-te em sentido!
Não te odeies ainda qu'inda agora começaste!
Enioa-te no teu nojo, mastodonte!
Indigesta-te na palha dessa tua civilização!
Desbesunta te dessa vermência!
Destapa a tua decência, o teu imoral pudor!
Albarda te em senso! Estriba-te em Ser!
Limpa-te do cancro amarelo e podre!
Do lazareto de seres burro!
Desatrela-te do cérebro-carroça!
Desata o nó-cego da vista!
Desilustra-te, descultiva-te, despole-te,
que mais vale ser animal que besta!
Deixa antes crescer os cornos que outros adornos da
Civilização!
Queria-te antes antropófago porque comias os teus
– talvez o mundo fosse Mundo
e não a retrete que é!
Ahi! excremento do Mal, avergonha-te
no infinitamente pequeno de ti com o teu papagaio:
Ele fala como tu e diz coisas que tu dizes
e se não sabe mais é por tua culpa, meu mandrião!
E tu, se não fossem os teus pais,
davas guinchos, meu saguim!
- Tu és o papagaio de teus pais!
Mas há mais, muito mais
que a tua ignorância-miopia te cega.
Empresto-te a minha Inteligência.
Vê agora e não desmaies ainda!
Então eu não tinha razão?
P'ra que me chamavas doido
quando eu m'enjoava de ti?
Ah! Já tens medo?!
Porque te rias da vida
e ias ensuorar as vrilhas nos fauteuils das revistas
co'as pernas fogo de vistas
das coristas de petróleo?
Porque davas palmas aos compéres e actorecos
pelintras e fantoches
antes do palco, no palco e depois do palco?
Ora dize-Me com franqueza:
Era por eles terem piada?
Então era por a não terem
Ah! Era p'ra tu teres piada, meu bruto?!
Porque mandaste de castigo os teus filhos p'r'ás Belas-Artes
quando ficaram mal na instrução primária?
Porque é que dizes a toda a gente que o teu filho idiota
estuda p'ra poeta?
Porque te casaste com a tua mulher
se dormes mais vezes co'a tua criada?
Porque bateste no teu filho quando a mestra
te contou as indecências na aula?
Não te lembras das que tu fizeste
com a própria mestra de moral?
Ou queres tu ser decente,
tu, que tens dezanove filhos?!
Porque choraste tanto quando te desonraram a filha?
Porque lhe quiseste matar o amante?
Não achas isto natural? Não achas isto interessante?
Porque não choraste também pelo amante?...
Deixa! Deixa! Eu não te quero morto com medo de ti-próprio!
Eu quero-te vivo, muito vivo, a sofrer!
Não te despetes do alfinete!
Eu abro a janela pra não cheirar mal!
Galopa a tua bestialidade
na memória que eu faço dos teus coices,
cavalga o teu insecticismo na tua sela de D. Duarte!
Arreia-te de Bom-Senso um segundo! peço-te de joelhos.
Encabresta-te de Humanidade
e eu passo-te uma zoologia para as mãos
p'ra te inscreveres na divisão dos Mamíferos.
Mas anda primeiro ao Jardim Zoológico!
Vem ver os chimpanzés! Acorpanzila-te neles se te ousas!
Sagra-te de cu-azul a ver se eles te querem!
Lá porque aprendeste a andar de mãos no ar
não quer dizer que sejas mais chimpanzé que eles!
Larga a cidade masturbadora, febril,
rabo decepado de lagartixa,
labirinto cego de toupeiras,
raça de ignóbeis míopes, tísicos, tarados,
anémicos, cancerosos e arseniados!
Larga a cidade!
Larga a infâmia das ruas e dos boulevards
esse vaivém cínico de bandidos mudos
esse mexer esponjoso de carne viva
Esse ser-lesma nojento e macabro
Esse S ziguezague de chicote auto-fustigante
Esse ar expirado e espiritista...
Esse Inferno de Dante por cantar
Esse ruído de sol prostituído, impotente e velho
Esse silêncio pneumónico
de lua enxovalhada sem vir a lavadeira!
Larga a cidade e foge!
Larga a cidade!
Vence as lutas da família na vitória de a deixar.
Larga a casa, foge dela, larga tudo!
Nem te prendas com lágrimas, que lágrimas são cadeias!
Larga a casa e verás - vai-se-te o Pesadelo!
A família é lastro, deita-a fora e vais ao céu!
Mas larga tudo primeiro, ouviste?
Larga tudo!
– Os outros, os sentimentos, os instintos,
e larga-te a ti também, a ti principalmente!
Larga tudo e vai para o campo
e larga o campo também, larga tudo!
– Põe-te a nascer outra vez!
Não queiras ter pai nem mãe,
não queiras ter outros nem Inteligência!
A Inteligência é o meu cancro
eu sinto-A na cabeça com falta de ar!
A Inteligência é a febre da Humanidade
e ninguém a sabe regular!
E já há Inteligência a mais pode parar por aqui!
Depois põe-te a viver sem cabeça,
vê só o que os olhos virem,
cheira os cheiros da Terra
come o que a Terra der,
bebe dos rios e dos mares,
- põe-te na Natureza!
Ouve a Terra, escuta-A.
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar!
Depois, põe-te a coca dos que nascem
e não os deixes nascer.
Vai depois pla noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhos a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafa,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa muito depressa
sem que o sol te veja
deitar tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!
Mas tu nem vives nem deixas viver os mais,
Crápula do Egoísmo, cartola d'espanta-pardais!
Mas hás-de pagar-Me a febre-rodopio
novelo emaranhado da minha dor!
Mas hás-de pagar-Me a febre-calafrio
abismo-descida de Eu não querer descer!
Hás-de pagar-Me o Absinto e a Morfina
Hei-de ser cigana da tua sina
Hei-de ser a bruxa do teu remorso
Hei-de desforra-dor cantar-te a buena-dicha
em águas fortes de Goya
e no cavalo de Tróia
e nos poemas de Poe!
Hei-de feiticeira a galope na vassoura
largar-te os meus lagartos e a Peçonha!
Hei-de Vara Magica encantar-te Arte de Ganir
Hei-de reconstruir em ti a escravatura negra!
Hei-de despir-te a pele a pouco e pouco
e depois na carne-viva deitar fel,
e depois na carne-viva semear vidros,
semear gumes,
lumes,
e tiros.
Hei-de gozar em ti as poses diabólicas
dos teatrais venenos trágicos do persa Zoroastro!
Hei-de rasgar-te as virilhas com forquilhas e croques,
e desfraldar-te nas canelas mirradas
o negro pendão dos piratas!
Hei-de corvo marinho beber-te os olhos vesgos!
Hei-de bóia do Destino ser em brasa
e tua náufrago das galés sem horizontes verdes!
E mais do que isto ainda, muito mais:
Hei-de ser a mulher que tu gostes,
hei-de ser Ela sem te dar atenção!
Ah! que eu sinto claramente que nasci
de uma praga de ciúmes.
Eu sou as sete pragas sobre o Nilo
e a Alma dos Bórgias a penar!...
de José Almada Negreiros
poeta sensacionista
e Narciso do Egipto
Almada Negreiros

quarta-feira, agosto 03, 2011

Biografia de Mário Viegas por ele próprio

 
"ANTÓNIO MÁRIO LOPES PEREIRA VIEGAS


Nasceu em Santarém em 10 de Novembro de 1948, às 23.30h, meia-Hora antes do Dia de S. Martinho.


É do signo Escorpião no Hemisfério Ocidental e do Rato no Hemisfério Oriental.


Trineto, por via paterna, do grande Actor Cómico do século XIX Francisco Leoni, Bisneto de Francisco José Pereira, Republicano, Deputado e Senador por Santarém na Primeira Assembleia da Primeira República, sendo saneado de Director Geral do Congresso no 28 de Maio.


Neto e filho de Republicanos e Anti-Fascistas, duma família paterna toda ligada ao ramo Farmacêutico.


Neto por via materna, de um dos fundadores da Amadora, António Cardoso Lopes e sobrinho, do famoso hoquista Álvaro Lopes (8 vezes campeão do mundo), e Tiotónio (um dos pioneiros da Banda-Desenhada em Portugal e criador do semanário “O Mosquito”), e de Augusto Lopes (inventor e criador do sistema do Cinema foto-sonoro em Portugal), sendo a sua Mãe licenciada em Grego Clássico, Latim. Viveu a sua infância e adolescência em Santarém, onde estudou no Liceu Sá da Bandeira e onde se estreia como Actor-Recitador amador com o Coro de Amadores de Música, dirigido pelo Maestro Fernando Lopes-Graça, com 16 anos, em substituição da ex-Actriz e Declamadora Maria Barroso.


Fica logo com a sua primeira ficha na P.I.D.E.


Não tem pre-conceitos sexuais. Sendo scalabitano, gosta de touros, cavalos, mulheres, homens, vinho branco ou tinto, sabe dançar o fandango e já pegou uma vaca em 1967.


Frequentou a Fac. de Letras de Lisboa em 1966/67 e 1967/68 e a Fac. de Letras do Porto em 1968/69, onde termina o 3º ano do Curso Superior de História. Faz parte da Crise Académica de 1969, como Recitador e Agitador no Porto e em Coimbra.


Nunca esteve filiado em nenhum Partido ou Clube Desportivo, nem nunca foi convidado para tal.


Não tem nenhuma ficha na P.S.P. ou na Polícia Judiciária por actividades ilícitas e/ou imorais.


É solteiro e não tenciona casar oficialmente.


É-lhe retirado o Adiamento Militar, por actividades políticas e é proibido de actuar como Actor e Recitador quer públicamente, na antiga Emissora Nacional e na R.T.P.


Os seus discos de Poesia são proibidos de passar na Rádio, até ao 25 de Abril de 1974.


Cumpre o Serviço Militar Obrigatório como Oficial entre Outubro de 1971 e Outubro de 1974, tendo a sua Caderneta Militar os mais altos louvores pela disciplina militar.


É-lhe dada a especialidade e o curso de Acção Psicológica e Propaganda do Exército (A.P.S.I.C.), sendo re-classificado quando estagiava na 2ª Repartição do Estado-Maior do Exército em 1972. É-lhe dado um cargo de Instrutor de Combustíveis e Lubrificantes no Quartel do Campo Grande (E.P.A.N.), de onde é afastado no dia 22 de Abril de 1974.


Assiste e participa desde as 11H00 da manhã, ao golpe-militar do 25 de Abril, no Largo do Carmo. Às 19H00 na Rua António Maria Cardoso e participa na primeira tentativa Popular de assalto à sede da P.I.D.E.-D.G.S.


Faz parte da Extinção da P.I.D.E.-D.G.S. e Legião Portuguesa desde o início de Maio de 1974 até Outubro de 1974, como Oficial-Miliciano do M.F.A., de onde é afastado.


Após proibição em Conselho de Ministros, da peça “EVA PERÓN”, de Copi, (de que era protagonista e que seria a primeira encenação de Filipe La Féria), em Janeiro de 1975, sai de Portugal entre inícios de Maio de 1975 até finais de Setembro de 1975, indo viver para Copenhaga, Dinamarca, desiludido com a situação política do país.


Como Independente, participou “de borla” em algumas campanhas e espectáculos ao vivo e na televisão do P.C.P. (1977), do P.S.R. e da U.D.P., até 1994. Está arrependidíssimo! Abre uma excepção à U.D.P.


Apoiou públicamente a candidatura à Presidência da República do Engº Carlos Marques nas últimas eleições Presidenciais.


Foi leitor durante 2 anos (1987, 1988), dos comunicados do dia 25 de Abril de Otelo Saraiva de Carvalho, quando este esteve preso em Caxias (caso FP25). Não ganhou nada com isso!


Foi alcoólico Público e Anónimo, encontrando-se completamente recuperado.


É Fumador activo e passivo, careca e práticamente cego do olho esquerdo.


Estreia-se como Actor profissional em 16 de Fevereiro de 1968 no Teatro Experimental de Cascais. Trabalhou diariamente durante 30 anos no Teatro, Cinema, Disco, Rádio e Televisão como Actor, Empresário, Encenador e Cenógrafo, com o nome artístico de Mário Viegas. Ao contracenar com Marcello Mastroianni em 1994 descobriu que não conseguiria ser o Maior Actor de Portugal, da Europa e do Mundo, de Teatro e Cinema; o mais popular Cómico do País e com maior unanimidade; ter um lugar em Hollywood; representar em francês, espanhol, inglês ou japonês. Desiludido e revoltado decide encetar a carreira mais fácil, menos efémera e com reforma assegurada: PRESIDENTE DA REPÚBLICA de Portugal, Açores, Madeira, Macau e Timor-Leste.


As Sondagens dão-lhe 93,4% de intenção de voto.


Não sabe o que quer para o País, mas o País sabe o que quer dele!


Não quer ser o Presidente de todos os Portugueses!


Tem como Lemas da campanha a frase de Eduardo de Filippo: “Os Actores vivem a sério no Palco, o que os outros na Vida representam mal”; e “Nesta Pátria onde a Terra acaba e o Mário começa!”.

Slogans da campanha:

“VIEGAS AMIGO ! O MÁRIO ESTÁ CONTIGO !!”


“MÁRIO SÓ HÁ UM ! O VIEGAS E MAIS NENHUM !”


“O MÁRIO QUE SE LIXE ! O VIEGAS É QUE É FIXE !”


Foi agraciado por sua Exª o actual Presidente da República, o Sr. Dr. Mário Soares com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, sendo pois, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Mário Viegas"


Texto retirado da "Auto-Photo Biografia (não autorizada), de Mário Viegas

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Mário Viegas homenageado na Antena 1 - programa de 1 Hora

Clique na Imagem para ir para a página da Antena 1 e, uma vez aí, clicar no link que aparece debaixo da fotografia de Mário Viegas

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Manifesto Anti-Cavaco, por Mário Viegas

MANIFESTO ANTI-CAVACO

E

POR EXTENSO

PELA U.D.P

UNIÃO DE POETAS

“DA ESQUERDA A VALER”

HUMORISTAS, FUTURISTAS,

REVOLUCIONÁRIOS

E

BOA GENTE E TUDO




MANIFESTO ANTI-CAVACO

BASTA PUM BASTA





Uma geração que consente deixar-se representar por um Professor Aníbal Cavaco Silva é uma geração que nunca o foi. É um coio d´indigentes, d´indignos e de cegos! É uma resma de charlatães alaranjados e de vendidos, e só pode votar e parir abaixo de zero!

Abaixo a geração laranja!

Pôrra pró Cavaco, pôrra! Pim!

Uma geração com um Cavaco Silva a cavalo, é um burro algarvio incompetente!

Uma geração com um Eng. António Guterres à proa é uma canoa em seco!

O Manuel Monteiro é um magano!

O Fernando Nogueira é meio-mangano!

O Anibal Silva saberá gramática, saberá sintaxe, saberá vender gasolina, saberá inglês, saberá tudo, menos dirigir económica e politicamente o País, que é a única coisa que ele quer fazer e nunca o fez bem, nem soube fazer!

O Cavaco pesca tanto de Economia, que até faz quadras à António Aleixo, com as ligas da sua Maria Cavaca!

O Gueterres é um habilidoso!

O Carlos Carvalhas veste-se mal!

O Manuel Monteiro usa ceroulas de malha!

O Paulo Portas especula e inocula os concubinos!

O Cavaco é Aníbal!

O Cavaco é Guterres!

Pôrra, também pró Gueterres, pôrra! Pim!

O Professor Cavaco tem feito uma política para Portugal, que tanto podia ser como a do Fernando Nogueira ou a Maria Cavaca ou a Leonor Beleza, ou o Eng. António, ou a Teresa Patrício Gouveia, ou a Nau Catrineta, ou a cantora Dina do Partido Popular!


E o Cavaco teve claques e maiorias absolutas!

E o Nogueira teve palmas! E o António Guterres agradeceu de mão dada com o Jaime Gama!

O Francisco Louçã é um manganão!!

Não é preciso ir para a Fonte Luminosa vestido de laranja, para se ser uma laranjada!

Não é preciso saber contar pelos dedos, para se ser Professor de Economia, basta fazer contas pelos dedos como o Silva! Basta não ter escrúpulos, nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas europeias, com as políticas comunitárias e com as opiniões de Bruxelas! Basta usar o tal sorrizinho com escuma ao canto dos lábios, basta ser muito penteadinho por um barbeiro de bairro, usar figos algarvios e cócos marroquinos e olhos de Sá-Carneiro mal morto em Camarate! Basta ser Judas! Basta ser Fernando Cavaco Nogueira Silva!

Pôrra pró Cavaco! Pôrra! Pim!

O Professor Aníbal Cavaco Silva nasceu para provar, que nem todos os que governam sabem governar.

O Fernando Nogueira é um autómato extra-terrestre que deita para fora o que os trabalhadores pobres já sabem que vai sair… Mas é preciso que os trabalhadores pobres paguem impostos! Os ricos, não!!

O Nandinho Nogueira é um verso-de-pé-quebrado dele próprio!

O Cavaco em génio nem chega a uma garrafinha de mau-cheiro e em talento o Nogueira é pim, pam, pum!

O Cavaco nu é horroroso!

O Cavaco escuma dos cantos da boca!

Pôrra pró Cavaco, Pôrra! Pim!

O Nogueira é o escárnio da consciência!

Se o Cavaco Silva é Europeu eu quero ser Australiano!

O Vasco Graça Moura é a vergonha da intelectualidade portuguesa!

O Vasco Pulido Valente é a meta da decadência mental!

E ainda há quem não core quando diz que apoia o Cavaco!

E ainda há quem lhe estenda a mão!

E quem lhe lave a roupa, manchada de sumo de laranja, que custa imenso a sair!

E quem tenha dó da gazolineira dos Cavacos!

E ainda há quem esteja indeciso de que se votar no Nogueiro-Cavaco não vale nada, e que não serve para nada, e que nem é inteligente, nem decente e é um voto contra si próprio, que nem chega a zero!

Vocês não sabem quem é a senhora Mariani do Cavaco? Eu vou-lhes contar:


A princípio, por notícias das “Olás”, entrevistas, tempos de antena e outras preparações com as quais nada temos a ver, pensei tratar-se da cantora lírica Francesca De Mariani, italiana, que lhe escreveu várias cartas em italiano, apaixonadíssima por ele quando o viu a dormir na primeira fila do S. Carlos, durante uma récita, há uns anos atrás e a subir a um coqueiro em S. Tomé. Depois de ler todas as “Revistas do coração”, de “Maria” a “Manuel”, da “Dona” ao “Diabo”, do “Crime”, ao “Jornal de Letras e Artes e Ideias”, também não fui capaz de distinguir, porque a lâmpada da minha mezinha de cabeceira é muito fraca, era noite muito escura e só a meio dum pesadelo, aí pela madrugada é que tive um sobressalto e lembro-me de consultar a “Nova Gente”, a “Visão” e “Casa, Jardim e Decoração”. E não é que descubro que a tal Mariani do Cavaco era a sua Vivenda algarvia! Adormeci mais descansado e comecei a sonhar o que seria viver naquele paraíso algarvio, só possível à nova sociedade de novos-ricos, criados pelo cavaquismo.

Sonho que a Maria Cavaco vem descendo uma escada estreitíssima, mas não vem só, traz também o Jacques Chirac, que eu não cheguei a ver, ouvindo apenas uma voz muito conhecida dum apaixonado por experiências nucleares e repressões aos Emigrantes em França. Pouco depois o agente do SIS é que me disse que ele vinha com uma camisola do PS, com um grande coração laranja.

A Maria Cavaco e o Chirac estão sozinhos na Vivenda, e às escuras, dando a entender perfeitamente que estiveram indecentemente a conspirar à beira da piscina, sobre a candidatura do Aníbal, à presidência da República, e o tabú do Aníbal. Depois o Chirac, completamente francês e satisfeito, despede-se e salta pela janela, com grande mágoa da Maria Laranjada borbulhante e lacrimosa. E ainda hoje os pobres turistas algarvios, a GNR, a Guarda-Fiscal, a Guarda Florestal, a PSP, e os agentes do SIS têm ocasião de observar a janela arrombada do primeiro andar da Vivenda Mariani, perto de Boliqueime, na Rua do Touro, (perdão, do Aníbal), por onde se diz que fugiu o célebre político em Portugal e bombista nuclear em Paris.

A Maria que é histérica, começa a chorar desatinadamente nos braços da sua confidente e excelente pau de cabeleira, a famosa tia Anica de Loulé…

… Vêm descendo pla dita estreitíssima escada, varias Marias todas iguais e de cigarros acessos, menos uma que usa óculos, dentes saídos para fora como uma vampira, horrorosamente feia, o que quer dizer que é a deputada Conceição Monteiro.

E seria até uma excelente personificação das bruxas de Goya, se quando falasse não tivesse aquela voz tão fresca e maviosa da ex-secretária de Sá-Carneiro. E reparando nos dois vultos interroga espaçadamente com cadência social-democrata, austeridade e imensa falta de camarate:

“Quem está aí?! E de cigarros apagados?”

- Foi o Freitas do Amaral, foi o Otelo, foi o General Eanes, foi o Mário Tomé, foi o Eng. Carlos Marques, foi o Mário Soares, foi o Álvaro Cunhal, foi o Major Canto e Castro, foi o Pinto Balsemão, foi a viúva do Soares Carneiro, foi o vento… dizem as pobres inocentes “Marias Vão Com As Outras”, varadas de terror pluripartidário… E a Conceição Monteiro que só é horrrorosa nos dentes saídos, nos binóculos, nos destroços da avioneta, e em andar sempre a chatear todos os grupos parlamentares, telefona imediatamente para a sede do SIS, em Faro, que é um dó d´alma ouvi-la assim tão sá-carneirista desempregada. Vão todas para a casa de banho, mas eis que, de repente, batem no portão e sem se anunciar nem limpar-se da poeira nortenha, sobe a escada e entra p´lo salão o Eng. Eurico de Melo, que quando era novo fez brejeirices com a menina da alfarroba e da fava-rica algarvia.

Agora completamente nortenho e emendado, revela à dentuças, que sabe por relatórios secretos do ministro Dias Loureiro que há homens que vão com as “Marias Vão Com As Outras”, na Vivenda e que ainda há pouco, fora detectado, por radar, um a saltar pela janela. A Sãozinha Monteiro diz que efectivamente já há tempos que Maria Cavaco vinha dando p´la falta de figos e galinhas no quintal e tão inocentinha, coitada, que naqueles oitenta anos, ainda não teve tempo para descobrir a razão da humanidade estar dividida entre homens e mulheres do PSD e homens e mulheres do PS e de outros partidos. Depois de sérios embaraços do tio Eurico é que ela deu com o atrevimento político e mandou chamar as Marias de há pouco, com os cigarros apagados. Nesta altura, este meu pesadelo policial toma um pedaço de interesse, porque o engenheiro Melo ora parece o Loureiro disfarçado de polícia-sinaleiro, ora um polícia de trânsito com a falta de educação dum agente da polícia de choque, e tão perspicaz que descobre em menos de meio minuto, o que o povinho está farto de saber - que o Cavaco anda a dormir com o Guterres!!!

O pior é que a Maria Silva foi à serra com as indiscrições do Barão do Norte e desata a berrar, a berrar como quem se estava marimbando para tudo aquilo. Esteve mesmo muito perto de se estrear com um par de murros na coroa do Chefe do Grupo da Sueca, no que se mostrou de um atrevimento, de uma insolência e de decisão social-democrata que excedeu todas as expectativas.

Ouve-se uma corneta tocar o Hino da Comunidade Europeia e da França e Maria, sentindo no ruído do escape do avião super-sónico francês, toda a alma tricolor do ser preferido, foi qual passarinha engaiolada, a correr até ao portão da Vivenda Mariani, a gritar desalmadamente pelo seu Jacques. Grita, assobia e redopia e pia e rasga-se e magoa-se e cai de costas com um acidente, de que já previamente tinha avisado o jornal “O Público” e a bandeira gigante do PSD também cai e os antigos votantes sociais-democratas também caem em si e desatam numa dessas ondas de contestação, abstenção e arrependimento tão enorme e tão monumental, que todos os jornais de Lisboa, Loulé e do Porto, no dia seguinte, foram unânimes naquele êxito político do Engenheiro Eurico de Melo e da Conceição Monteiro.

A única consolação que os ex-votantes decentes tiveram, foi a certeza de que aquilo não se tinha passado na Residência Oficial de S. Bento, mas na Vivenda Mariani em Boliqueime, com uma Maria escavacada e encavacada, que tem cheliques e exageros esquerditas.

Continue o Sr. Cavaco a mandar governar assim, que ha-de ganhar muito com as cavacas das Caldas e há-de ver que ainda apanha uma estátua de prata laranja por um ourives de Loulé e uma Exposição das maquetas pelo seu monumento erecto por subscrição social-democrata pelo “Povo Livre” a favor das vítimas da sua péssima política de apoio aos Timorenses, e a praça Dr. Francisco Sá-Carneiro mudada em Praça Professor Aníbal Cavaco Silva e com festas da cidade no Centro Cultural de Belém e sabonetes em conta. “Aníbeis Silvas” e pastas Cavacas prós dentes, e graxa Guterres prás botas, e bananas Jardim, e Niveína Durão Barroso, e comprimidos Paulo Mendo, e autoclismos Santanas e Santanas, Santanas, Santanas, Santanas… E limonadas Ferreira do Amaral - Magnésia.

E fique sabendo o Fernando Nogueira que se um dia houver justiça em Portugal, todo o mundo saberá que o autor de “Os Lusíadas” foi a Agustina Bessa Luís, que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo “A bruxa da Areosa”.

E fique sabendo o Carlos Carvalhas que se todos votassem como eu, haveria tais munições de punhos fechados, de “Esquerda a Valer” e não “A Necessária” que levariam dois séculos a gastar, sem “sair da rotina da esquerda” do Francisco Louçã!

Mas julgais que nisto se resume a política portuguesa? Não! Mil vezes não!

Temos além disto o Jorge Sampaio, que já fez decretos para a Câmara de Lisboa, que deixou de ser a derrota do machão Macário Correia, para poder passar a ser a derrota do Dr. Sampaio, com notas negativas do Professor Rebelo de Sousa.

E as pinoquices do Vasco Pulido Valente passadas no tempo em que “emborcava copos” na Secretaria de Estado da Cultura e no semanário “O Independente”! E as infelicidades de Carlos Pimentinha? E o talento insólito de Urbano Rodrigues! E as gaitadas do Vilhena! E as traduções só para homens do ilustríssimo excelentíssimo senhor António Barreto? E o Frei Hermano da Câmara!

E a Leonor Beleza co-responsável por uma série de contaminações de sangue nos nossos hospitais! E as imbecilidades do Pacheco Pereira! E mais pedantices do Albeto Pimenta! E o Pinto Coelho, o cavaquista do desenho! E alguns jornalistas cavaquistas, socialistas e fascistas d´”O Público”, e da “Capital”, e do “Diário de Notícias”, e d´ “O Diabo”, e d´ “O Dia”, e d´ “O Crime”, e do “Correio da Manhã”, e do “Expresso” e de todos, todos os jornais que não derem sempre notícias sobre a UDP nas primeiras páginas e ainda tempos de antena diários de meia hora na rádio e na TV.

E os Actores de todos os quatro canais de televisão e de todos os teatros pseudo-vanguardistas! Mário Viegas, incluído.

E todos os artistas que andaram a mamar dinheiro de Lisboa Capital Europeia da Cultura de 94 e futuramente da Expo 98 de que nós já desconfiamos! E os Valentins Loureiros do Porto e os palermas de Coimbra que não votarem UDP! E a estupidez do caso das gravuras de Foz Coa e o Dr. José de Figueiredo e oh oh os Mota Pinto hu hi e os burros de Boliqueime e os menus das festas do Centro Cultural de Belém e a Caixa Geral dos Depósitos feitos pelo Michel! E o raquítico Marques Mendes, palerma do PSD a quem o Dr. Soares com imensa piada intrujou que era mais alto do que parecia numa recepção em Belém! E todos os que são Políticos e Artistas, excepto os da UDP, como é evidente.

E as Exposições anuais no A.C.A.R.T.E. da Gulbenkian! E todas as obras de fachada? E as do Eduardo Prado Coelho em Paris; e os Vaz da Silva, os Estrela, os Josés de Magalhães, os Pintos da Costa, os Louçãs, os Arnaldos Matos, os Hermínios Martinhos, os Almeidas Santos, os Narcisos de Miranda, os Falcões e Cunha, os Jaimes Gamas, os Torres Coutos, os Fernandos Gomes, os velhos antigos salazaristas, os idiotas eanistas, os arranjistas socialistas, os racistas, os impotentes do PSN, os celerados do PP, os vendidos do PRD, os imbecis do MRPP, os párias vendedores de droga, os ascetas democratas-cristãos, os Fernandos Teixeiras da Maçonaria, os das coligações das Câmaras, os diabo que os leve, os Filipes Menezes, os Jardins, os Ricardos Pais, os La Férias, os Guedes, os Manúeis Alegres, os Esteves Cardosos, os Abrunhosas, as Veras Lagoas, os Motas Pinto, os Joões Bosco, os Alpoins Galvões, os Duartes Pios de Bragança, os Silvas Melos, os Marcos Paulos, as Zitas Seabras, as Simonetas Luz Afonso, os Mendes Botas, os Jaimes Neves, e todos os laranjas cor de rosa que houver por aí!!!!!

E as convicções urgentes do Soares Pai e as convicções catitas do Soares Filho!…

E os concertos de “Os Madre de Deus”! E as estátuas a fascistas, ao Amaro da Costa e ao despertar e a tudo! E tudo o que seja Arte e Cultura, em Portugal! E tudo! Tudo por causa do Cavaco disfarçado de Nogueira afónico!

Pôrra pró Cavaco, pôrra! Pim!

Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação de País mais atrasado da Europa e de todo o Mundo! O País que tão pouco tem ajudado os irmãos Africanos e Timorenses! O exílio dos desiludidos, dos abstencionistas e dos desacreditados e indiferentes dos políticos! A África reclusa dos europeus! O entulho de lixos tóxicos europeus, da poluição e da entrada de droga internacional! O Paraíso dos ricos que não pagam impostos, nem pagam a Crise e a Fome! Portugal inteiro (incluíndo Madeira e Açores) há de abrir os olhos no dia 1 de Outubro de 1995 - se é que a sua cegueira não é incurável - e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ter vozes diferentes na Assembleia da República, Deputados duma “Esquerda a Valer”! Deputados da UDP, claro, e a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado e despoluído.

Pôrra pró Cavaco, (e seus camaradas de várias cumplicidades, cores, silêncios e futuros compromissos), Pôrra! Pim!

Mais de oitenta anos depois do Manifesto dum tal Almada Negreiros.






UDP

UNIÃO DE POETAS “DA ESQUERDA A VALER”

HUMORISTAS, FUTURISTAS, REVOLUCIONÁRIOS

E

BOA GENTE E TUDO!!!

segunda-feira, novembro 10, 2008

No 60º Aniversário do Nascimento de Mário Viegas


"ANTÓNIO MÁRIO LOPES PEREIRA VIEGAS

Nasceu em Santarém em 10 de Novembro de 1948, às 23.30h, meia-Hora antes do Dia de S. Martinho.

É do signo Escorpião no Hemisfério Ocidental e do Rato no Hemisfério Oriental.

Trineto, por via paterna, do grande Actor Cómico do século XIX Francisco Leoni, Bisneto de Francisco José Pereira, Republicano, Deputado e Senador por Santarém na Primeira Assembleia da Primeira República, sendo saneado de Director Geral do Congresso no 28 de Maio.

Neto e filho de Republicanos e Anti-Fascistas, duma família paterna toda ligada ao ramo Farmacêutico.

Neto por via materna, de um dos fundadores da Amadora, António Cardoso Lopes e sobrinho, do famoso hoquista Álvaro Lopes (8 vezes campeão do mundo), e Tiotónio (um dos pioneiros da Banda-Desenhada em Portugal e criador do semanário “O Mosquito”), e de Augusto Lopes (inventor e criador do sistema do Cinema foto-sonoro em Portugal), sendo a sua Mãe licenciada em Grego Clássico, Latim. Viveu a sua infância e adolescência em Santarém, onde estudou no Liceu Sá da Bandeira e onde se estreia como Actor-Recitador amador com o Coro de Amadores de Música, dirigido pelo Maestro Fernando Lopes-Graça, com 16 anos, em substituição da ex-Actriz e Declamadora Maria Barroso.

Fica logo com a sua primeira ficha na P.I.D.E.

Não tem pre-conceitos sexuais. Sendo scalabitano, gosta de touros, cavalos, mulheres, homens, vinho branco ou tinto, sabe dançar o fandango e já pegou uma vaca em 1967.

Frequentou a Fac. de Letras de Lisboa em 1966/67 e 1967/68 e a Fac. de Letras do Porto em 1968/69, onde termina o 3º ano do Curso Superior de História. Faz parte da Crise Académica de 1969, como Recitador e Agitador no Porto e em Coimbra.

Nunca esteve filiado em nenhum Partido ou Clube Desportivo, nem nunca foi convidado para tal.

Não tem nenhuma ficha na P.S.P. ou na Polícia Judiciária por actividades ilícitas e/ou imorais.

É solteiro e não tenciona casar oficialmente.

É-lhe retirado o Adiamento Militar, por actividades políticas e é proibido de actuar como Actor e Recitador quer públicamente, na antiga Emissora Nacional e na R.T.P.

Os seus discos de Poesia são proibidos de passar na Rádio, até ao 25 de Abril de 1974.

Cumpre o Serviço Militar Obrigatório como Oficial entre Outubro de 1971 e Outubro de 1974, tendo a sua Caderneta Militar os mais altos louvores pela disciplina militar.

É-lhe dada a especialidade e o curso de Acção Psicológica e Propaganda do Exército (A.P.S.I.C.), sendo re-classificado quando estagiava na 2ª Repartição do Estado-Maior do Exército em 1972. É-lhe dado um cargo de Instrutor de Combustíveis e Lubrificantes no Quartel do Campo Grande (E.P.A.N.), de onde é afastado no dia 22 de Abril de 1974.

Assiste e participa desde as 11H00 da manhã, ao golpe-militar do 25 de Abril, no Largo do Carmo. Às 19H00 na Rua António Maria Cardoso e participa na primeira tentativa Popular de assalto à sede da P.I.D.E.-D.G.S.

Faz parte da Extinção da P.I.D.E.-D.G.S. e Legião Portuguesa desde o início de Maio de 1974 até Outubro de 1974, como Oficial-Miliciano do M.F.A., de onde é afastado.

Após proibição em Conselho de Ministros, da peça “EVA PERÓN”, de Copi, (de que era protagonista e que seria a primeira encenação de Filipe La Féria), em Janeiro de 1975, sai de Portugal entre inícios de Maio de 1975 até finais de Setembro de 1975, indo viver para Copenhaga, Dinamarca, desiludido com a situação política do país.

Como Independente, participou “de borla” em algumas campanhas e espectáculos ao vivo e na televisão do P.C.P. (1977), do P.S.R. e da U.D.P., até 1994. Está arrependidíssimo! Abre uma excepção à U.D.P.

Apoiou públicamente a candidatura à Presidência da República do Engº Carlos Marques nas últimas eleições Presidenciais.

Foi leitor durante 2 anos (1987, 1988), dos comunicados do dia 25 de Abril de Otelo Saraiva de Carvalho, quando este esteve preso em Caxias (caso FP25). Não ganhou nada com isso!

Foi alcoólico Público e Anónimo, encontrando-se completamente recuperado.

É Fumador activo e passivo, careca e práticamente cego do olho esquerdo.

Estreia-se como Actor profissional em 16 de Fevereiro de 1968 no Teatro Experimental de Cascais. Trabalhou diariamente durante 30 anos no Teatro, Cinema, Disco, Rádio e Televisão como Actor, Empresário, Encenador e Cenógrafo, com o nome artístico de Mário Viegas. Ao contracenar com Marcello Mastroianni em 1994 descobriu que não conseguiria ser o Maior Actor de Portugal, da Europa e do Mundo, de Teatro e Cinema; o mais popular Cómico do País e com maior unanimidade; ter um lugar em Hollywood; representar em francês, espanhol, inglês ou japonês. Desiludido e revoltado decide encetar a carreira mais fácil, menos efémera e com reforma assegurada: PRESIDENTE DA REPÚBLICA de Portugal, Açores, Madeira, Macau e Timor-Leste.

As Sondagens dão-lhe 93,4% de intenção de voto.

Não sabe o que quer para o País, mas o País sabe o que quer dele!

Não quer ser o Presidente de todos os Portugueses!

Tem como Lemas da campanha a frase de Eduardo de Filippo: “Os Actores vivem a sério no Palco, o que os outros na Vida representam mal”; e “Nesta Pátria onde a Terra acaba e o Mário começa!”.

Slogans da campanha:

“VIEGAS AMIGO ! O MÁRIO ESTÁ CONTIGO !!”

“MÁRIO SÓ HÁ UM ! O VIEGAS E MAIS NENHUM !”

“O MÁRIO QUE SE LIXE ! O VIEGAS É QUE É FIXE !”

Foi agraciado por sua Exª o actual Presidente da República, o Sr. Dr. Mário Soares com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, sendo pois, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Mário Viegas"


Texto retirado da "Auto-Photo Biografia (não autorizada), de Mário Viegas

terça-feira, abril 01, 2008

Recordar Mário Viegas no dia da sua morte





Poema para Galileo - António Gedeão

Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.



Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!



Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.



Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.



Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.



Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.



Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.



Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.


"ERA O LOCAL, O DIA, O MÊS, A HORA". - Daniel Filipe

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Artigo de Opinião de Mário Viegas no Diário Económico, 30-06-1995


TEATRO
Por Mário Viegas

Crónica muito violenta, indignada, contra três bestas humanas inimigas de Portugal

Está na moda arrasar uns «pobres diabos» que aparecem nos 4 canais de televisão que temos e chamar-lhes: javardos, vendidos, produto da incultura e estupidez, atrazados menstais, ordinários, oportunistas, prostitutas, gandulos, boçais… uns montes de Merda, enfim!...
E lá se citam os nomes dos ex-actores de Teatro ou políticos como: o Baião, o Samora, o Zé Jorge Duarte, a Lídia Franco, o Monchique, a amiga Olga, o Luís Pereira de Sousa, o Pacheco Pereira, o Marco Paulo, a Rita Blanco, o Goucha… uns montes de figuras, enfim!...
Mas ninguém tem a coragem de chamar os mesmos nomes a uns «intelectuais», «pensadores», «analistas», «comentadores», que escrevem e dizem os jornais e Televisão, as maiores enormidades. Mais grave ou pior que as desses «pindéricos» que (coitados) andam a ganhar a vida, sem se arrumar automóveis…
Como são artigos ditos por malandrins e malandronas, que se infiltram num certo meio jornalístico, pela cama, pelos bares de opinião alcoólica, ninguém lhes toca.
Vejam lá se não são tão ordinários (ou mais!) do que os outros?!
Passo a citar:
CLARA FERREIRA ALVES – (uma pirosa, de cabelo mal-pintado, que fala pretenciosamente de tudo e todos, antes de atender um senhor que se segue… na SIC)
«(…) em Portugal não acontece nada (…) Portugal só é falado a reboque da Espanha (…) o nosso ritmo é o dos povos infelizes, com muito passado, pouco presente e nenhum futuro.»
Basta!!! Esta «amiga Olga dos intelectuais» deve andar na pré-menopausa dela e a confundi-la com o Povo Português. Pirosa!!!!! Volta amiga Olga, que estás perdoada!!!!
VASCO PULIDO VALENTE – (um homenzinho balofo, a destilar cubos de gelo para Whisky, por todos os lados e que já nos sacou dinheiro como Secretário de Estado da Cultura!!!)
«(…) Portugal, culturalmente não tem grande interesse, à excepção de 2 ou 3 coisas: a nave Alcobaça, o Convento de Cristo e uma e uma ou outra curiosidade. (…) os portugueses não lêem ou lêem lixo! Mas leio eu vários amigos meus e não vejo porque motivo o Estado nos sacrifica à estupidez da Raça!»
Basta!! Vamos Ordinário Cobardola!!! Volta Marco Paulo, que estás perdoado, perante tais vómitos de ódio a si mesmo e à Pátria que lhe tem dado tantos «tachos»!!!...
ALBERTO PIMENTA – (é um tipo que parece um gorila de rabo pelado. Julga-se humorista, escreveu um livro chamado «Discurso sobre o filho da puta», meteu-se numa jaula do Zoo, para ver as reacções dos outros. Mas os «outros» não reagiram, pois confundiram-no com um «macacóide» que estava ao lado dele a meter-lhe uma banana na boca.)
«A Arte em Portugal não tem nada a ver com a vida (…) Há um egoísmo parfeitamente catastrófico que caracteriza os Portugueses (…) Lisboa é habitada por uma horda que usa fato e gravata e anda de automóvel, mas que não chegou sequer ao patamar mínimo da civilização urbana.»
Basta!!! E ninguém lhe põe Pimenta no rabo, a ver se nos salta da nossa vida para fora? Volta Baião que estás perdoado!!!
Estas citações são tiradas de artigos que escreveram em jornais. Quem lhes paga para escrever estas opiniões demolidoras, racistas, fascistas, pretensiosas e inacreditáveis?! Faltam tantos Almada Negreiros por aí, para demolirem nuns bons «Manifestos Anti-Cagões Intelectuais». Estes «seres pensantes» são daquela raça de portugueses que afirma:
«- Este país é pequeno de mais para mim!»
Então não chateiem e vão ser professores, analistas, cronistas para a Amazónia ou para o deserto do Saara!!! E como são feios, porcos e maus já estou a vê-los vomitar cólera contra mim e a dizerem:
- Mas quem é que este medíocre do Actor Mário Viegas se julga, para nos atacar assim?!
Estou-me a ralar para eles! Eles até não me vão ver ao Teatro há anos… Nem a mim nem a ninguém!!
Voltarei, em próximas crónicas, a outros mitos de pé-de-barro! Se estes não andarem já a pensar como me hão-de calar a boca. É gente para isso e para muito pior! Até para lançar o gaz da «Verdade Suprema» na redacção do «Diário Económico». Cuidado!!

domingo, dezembro 24, 2006

Mário Viegas

Da peça Tiradentes (Mário Viegas,José Manuel Osório e Marcelino) tirado no Teatro da Barraca, por Humberto Osório.