
Elegia da Infância
Morta a infância, o que restou,
Não tem beleza nem condão:
- Um banal arremedo de presença,
Que os espelhos acusam
De temer a verdade...
Uma alma transida de mistério,
Procurando, na treva,
Um mundo que não há.
Morta a infância , que fazer?
- Cobri-la com um sorriso,
Erguer ao céu os olhos marejados
E deixá-la afundar-se
No abismo do tempo.
Morta a infância, que se apague
O meu rastro, na vida,
Já sem milagre nem grandeza!
Mas brandamente, ao menos, brandamente...
- Como pegadas em areia fina,
Delidas pela brisa
Duma tarde estival.
Carlos Queirós
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