Morreu Ingmar Bergman
Cineasta sueco tinha 89 anos
O realizador de cinema Ingmar Bergman morreu aos 89 anos em sua casa, na ilha sueca de Faarö (Gotland), anunciou hoje a filha Eva Bergman à agência sueca TT.
Ingmar Bergman morreu "calma e pacificamente" anunciou Eva Bergman, sem no entanto precisar as causas exactas da sua morte nem a data.
Segundo o jornal sueco Dagens Nyeter, o cineasta morreu hoje de manhã, por volta das 7h00 (6h00 em Lisboa). Corriam há vários meses rumores persistentes sobre a degradação do seu estado de saúde.
Homem do cinema e do teatro
Nascido a 14 de Julho de 1918 em Uppsala, a norte de Estocolmo, Ingmar Bergman realizou ao longo da sua extensa carreira mais de 40 filmes, entre os quais se destacam "Um Verão de Amor" (1951), "O Sétimo Selo" (1957), "Morangos Silvestres" (1957), "Em Busca da Verdade" (1961), "Lágrimas e Suspiros" (1972) "Sonata de Outono" (1978) "Fanny e Alexander" (1982) ou "Saraband" (2003).
Além da sua obra cinematográfica, Bergman foi durante toda a vida um homem de teatro, tendo encenado numerosas peças, nomeadamente as do seu ídolo de juventude, August Strindberg.
A sua carreira começou no teatro nos anos 40 com um estágio de encenação na Ópera de Estocolmo e em 1960 foi contratado como encenador pelo prestigiado Dramaten, o Teatro real de arte dramática.
Foi no entanto o cinema o seu meio de expressão de eleição. "Fazer filmes é para mim um instinto, uma necessidade como comer, beber ou amar", declarou em 1945.
Em 1955 alcançou o seu primeiro êxito internacional com a comédia "Sorrisos de uma noite de Verão", mas a partir do final dessa década os seus filmes tornaram-se cada vez mais sombrios, mostrando casais em crise ou seres amargurados pela ausência de Deus.
Cineasta das mulheres, como alguns o consideravam, proporcionará os seus mais belos papéis a actrizes como Maj Britt Nilsson, Harriet Andersson, Eva Dahlbeck, Ulla Jacobsson e Liv Ullmann. Teve aventuras amorosas com várias das suas actrizes, casou-se cinco vezes e teve nove filhos.
Tratado durante muito tempo com indiferença na Suécia, só muito recentemente foi reconhecido como um grande mestre do cinema no seu país, sendo agora atribuído um Prémio Bergman aos jovens talentos do cinema durante a cerimónia sueca equivalente aos Óscares.
Na opinião de Woody Allen, Bergman era "provavelmente o maior artista do cinema desde a invenção da máquina de filmar".
Fonte: SIC
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