sexta-feira, abril 28, 2006

Morreu actriz Glicínia Quartin aos 81 anos
A actriz Glicínia Quartin morreu hoje em Lisboa aos 81 anos, deixando um legado de mais de 50 anos em teatro, cinema e televisão, uma carreira premiada várias vezes e condecorada pela Presidência da República.
O corpo da actriz, que morreu na sua casa de Lisboa, vai estar na capela do Cemitério dos Prazeres a partir das 12:00 de sexta-feira e o funeral realiza-se sábado às 11:00, noticiou o Público.pt, citando fonte familiar.
Glicínia Quartin nasceu em Lisboa em 1924, filha de um jornalista e de uma professora primária, e licenciou-se em Ciência Biológicas na Faculdade de Ciências de Lisboa, em 1954, trabalhando nessa área científica durante sete anos, com passagem pela Noruega, Dinamarca e Inglaterra.
Durante esse período, Glicínia Quartin foi sempre fazendo teatro, até que, depois da sua estreia cinematográfica em 1962, com «D. Roberto» de Ernesto de Sousa, decidiu dedicar-se definitivamente às artes de palco, frequentando um curso de teatro em Roma.
Na sua carreira, trabalhou com realizadores como Manuel de Oliveira, em «A Caixa», João Botelho em «Conversa Acabada», João César Monteiro em «A Comédia de Deus», Jorge de Sena em «Sinais de Fogo» e Jorge Silva Melo, em «António, um Rapaz de Lisboa».
No teatro, iniciou uma carreira profissional em 1965, no Teatro Experimental do Porto, tendo passado por várias companhias de Lisboa, como a Casa da Comédia, Teatro da Trindade, Teatro Nacional D.
Maria II, Grupo de Acção Teatral, Cornucópia ou Teatro Experimental de Cascais.
Com o último grupo teatral a que pertenceu, os Artistas Unidos, Glicínia Quartin representou em «O Fim ou tende misericórdia de nós», de Jorge Silva Melo, «Terrorismo», dos irmãos Presniakov e «Não Posso Adiar o Coração», de António Ramos Rosa.
Jorge Silva Melo foi o responsável por «Conversas com Glicínia», um documentário exibido na RTP por ocasião do 80º aniversário da actriz, no mesmo ano em que recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique do então presidente da República, Jorge Sampaio, em reconhecimento pelo »seu talento e do muito que fez pelo teatro português«.
Num texto que acompanhou a exibição de «Conversas com Glicínia», Jorge Silva Melo afirmou que «é de liberdade que nos fala a sua carreira e a sua arte, nunca fixa a esquemas convencionais, nunca seguindo receitas estabelecidas, sempre discretamente aventureira, sempre surpreendida, sempre fiel aos princípios de resistente em que foi formada».

1 comentário:

Luís Galego disse...

«Conversas com Glicínia» são de facto 55 minutos de verdadeira delicia e ode à inteligência...