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JMS, "As Vampiras Lésbicas de Sodoma", in Semanário, dir. por Rui Teixeira Santos, Ano XX Nº 1169, 2006-IV-13
A Companhia Teatral do Chiado, na passagem do 10º aniversário da morte de um dos seus fundadores, o grande actor Mário viegas, apresenta até 29 de Abril, no Teatro Estúdio que tem o seu nome, uma hilariante comédia do polifacetado artista Charles Busch, dramaturgo, romancista, estrela de cinema e actor.
A peça, que a companhia adaptaou, é uma paródia que, partindo das histórias de terror de vampiros, se inicia em Sodoma, nos templos bíblicos e termina numa sala de ensaios de um musical da actualidade, girando em torno de duas personagens que atravessam milénios, duas decadentes estrelas que poderiam ser de Hollywood ou do nosso pequenino Parque Mayer, com as suas rivalidades, ciúmes e vinganças. Juntando ingredientes tão diversos como o travestismo a que não falta o espectáculo marcadamente sexual dos shows de travestis, que é por si só um apelo ao riso, e a graça quase esquecida das piadas com alvo reconhecível da antiga revista à portuguesa, a peça parodia o mundo do showbizz e aquele outro, desconhecido por muitos, forçadamente alegre, que se esconde nas grandes urbes.
Do elenco, onde todos os actores sobressaem pela sua interpretação, distingue-se Simão Rubim, cujos jogos fisionómicos são inimitáveis, e Rita Lello, que compõem as duas vampiras lésbicas. Os figurinos e a cenografia de Miguel Sá Fernandes, a luz e o som de Vasco Letria e Sérgio Silva, bem como a encenação de Juvenal Garcês, são um contributo importantíssimo para fazer deste espectáculo um êxito assegurado, que certamente vai ser reposto várias vezes.
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