terça-feira, dezembro 06, 2005


BREVE ENCONTRO

Entre parêntesis de fogo
a indolência do nenúfar
soletramos como o cão dançando
uma valsa de torrão de açúcar.

Carícias vagarosas de fumo,
lenta lente de aumentar
a ampulheta onde escorre
a areia de um amor sem rumo.

Cobertos pelo pedaço
de um céu de coisa nenhuma
que deus nos livra do embaraço
de sermos feitos de barro e bruma?

Acaso de um planeta alcoólico
somos inocentes nativos
e existimos pela bebedeira
de pensar que estamos vivos?

Natália Correira

1 comentário:

Helder Ribau disse...

divino... ditosecontos.blogspot.com