sábado, maio 19, 2012

O Virtuoso Criador. Joaquim Machado de Castro (1731-1822)








Uma exposição que importava fazer: a evocação da obra de Joaquim Machado de Castro (Coimbra, 1731 - Lisboa, 1822), considerado o maior escultor português de todos os tempos.

Quase 60 anos após a última mostra dedicada ao artista (comissariada por Maria José Mendonça, no MNAA, em 1954), “O Virtuoso Criador. Joaquim Machado de Castro (1731-1822)” reúne mais de 100 peças – esculturas, modelos, desenhos e importantes documentos, do acervo do Museu e provenientes de diversas instituições públicas e privadas – possibilitando um balanço crítico e a definição de novos critérios de classificação.

Revendo a historiografia tradicional, que consagrou Machado de Castro sobretudo como escultor da Estátua Equestre de D. José I e como autor de presépios, os comissários – Ana Duarte Rodrigues e Anísio Franco – pretendem tornar evidente, aos olhos do público, Machado de Castro como um estatuário à la grande maniera romana.
Senhor de uma longevidade imensa – morreu aos 91 anos –, fundou a primeira aula de escultura em Portugal, para formar artistas que colaborassem no seu Laboratório, e lutou pela elevação do estatuto da escultura no País.

A Estátua Equestre de D. José, a Fonte do Neptuno do Chafariz do Loreto, as esculturas da Basílica da Estrela e do Palácio da Ajuda, em Lisboa, a estátua de D. Maria I (agora, na Biblioteca Nacional) ou os bustos da Cascata dos Poetas da Quinta do Marquês de Pombal, em Oeiras, são algumas das obras monumentais criadas pelo artista. As circunstâncias levaram ainda Machado de Castro a produzir imaginária religiosa, da qual são exemplos Santa Ana Ensinando a Virgem a Ler (MNAA), a Virgem da Piedade (Capela Palatina de Salvaterra de Magos), São João Baptista (Igreja Matriz de Almeirim), Nossa Senhora da Encarnação (Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, Lisboa). O artista realizou também escultura funerária, como os túmulos de D. Mariana de Áustria, no Real Hospício de S. João Nepomuceno (hoje, no Museu Arqueológico do Carmo), ou o de D. Mariana Vitória, na Igreja de S. Francisco de Paula, na freguesia dos Prazeres em Lisboa.

Ocupando todo o Piso 0 do MNAA, dividida em oito núcleos, a exposição insere-se num programa de divulgação da obra deste virtuoso criador, que engloba a intervenção na Estátua Equestre de D. José na Praça do Comércio (coordenada pelo World Monuments Fund) e o colóquio internacional “Machado de Castro. Da Utilidade da Escultura”, organizado pela Universidade Autónoma de Lisboa em colaboração com a Câmara Municipal de Oeiras, que conta, na conferência inaugural (a 19 de Maio, no MNAA), com intervenções de José-Augusto França e Alexandre Quintanilha.

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