segunda-feira, agosto 29, 2011

Conclusão do Julgamento sobre o Crime de Serrazes ou Crime dos Malafaias

Solar das Malafaias

O segundo Solar das Malafaias, a Casa das Quintãs, localiza-se em Serrazes, perto de Santa Cruz da Trapa, concelho de São Pedro do Sul. No final do século XIX, foi acrescentado à casa, uma varanda virada à nascente, coisa muito comum nessa época, a fazer de estufa e jardim de Inverno. A história do crime resume-se no seguinte: Por aquele tempo, chegou à região um açoreano, José Bettencourt, que ficou noivo de Eugénia Malafaia, da Casa das Quintãs. Pela versão do ramo da família destes últimos, consta que, José Bettencourt despeitado por se ter enganado na escolha das primas e para pretexto de se livrar da noiva, terá inventado ter o Dr. Augusto Malafaia atentado contra o poder da prima Eugénia. E assim, pela manhã do dia 26 de Junho de 1917, José Bettencourt e o irmão da noiva, Fernando Novais, vão à Casda das Quintãs procuraro Dr. Augusto em desagravo de honra. O Dr. Augusto, não prevendo o que iria passar, convida-os a entrar e depois de um pequeno diálogo,desmente qualquer envolvimento com a prima. O Dr. Augusto Malafaia, foi atingido por quatro tiros de duas automáticas 6.35, do mesmo calibre,para que depois da premeditada fuga (um automóvel esperava-os para os levar à estação) só ao Fernando fosse imputado o crime, em justificada defesa de honra da irmã. Falhado o plano de fuga e presos os assassinos, o escandaloso caso assombrou e apaixonou o país. Formaram-se partidos,os presos muito apadrinhados gozaram de privilégios e o julgamento, em 1919, foi a causa célebre, especialmente pela acção do advogado de acusação Cunha e Costa que conseguiu a pena máxima para os culpados, já considerados impunes. Os réus foram degredados para África, condenados a prisão por toda a vida, tendo sido posteriormente subxtituído por uma pena de 20 anos. Bettencourt acabou por casar com a sua noiva e Novais retornou à terra, mas nunca mais se resgataram aos olhos de ninguém. A mãe do Dr. Augusto Malafaia, D. Amélia de Pina Falcão Malafaia, ficou com certas perturbações mentais, e nunca deixou lavar o sangue do chão, que seu filho derramou ao ser morto, ficando assim até hoje a marca do sangue no chão.
Por: Carolina Ribeiro

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