quinta-feira, agosto 28, 2008

Aljubarrota dá nova dignidade e importância à decisiva batalha


Aljubarrota dá nova dignidade e importância à decisiva batalha
Jornal Público 28.08.2008, Ana Nunes

Acontecimento central da História do país será contado com recurso às mais modernas tecnologias

No ano em que se assinalam 623 anos sobre a Batalha de Aljubarrota, ocorrida a 14 de Agosto de 1385, no palco daquele que foi um dos acontecimentos mais decisivos na História de Portugal, com o triunfo do exército de D. João I que impediu a sua anexação pelo trono de Castela, irá nascer um novo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA) com inauguração prevista para 11 de Outubro de 2008. O projecto da já existente Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA), em Porto de Mós, inserido "no processo de salvaguarda e valorização do património associado ao campo de batalha de São Jorge", espera contar com cerca de cem mil visitantes por ano, a partir do terceiro ano de existência.
Segundo Isabel Cordeiro, assessora de imprensa da fundação, o objectivo é que "o Campo de Aljubarrota permita a nacionais e estrangeiros um melhor conhecimento daquele acontecimento central da História" e que o local se assuma como "um dos principais pontos de turismo cultural em Portugal".
O investimento total ronda os dez milhões de euros, dos quais cinco milhões se destinaram a conteúdos e os restantes à construção do edifício e arranjo paisagístico", adiantou Isabel Cordeiro. O projecto é co-financiado por vários mecenas, entre os quais António Champalimaud, o Banco Espírito Santo e a Fundação Calouste Gulbenkian, a par de financiamentos comunitários do Programa Operacional da Cultura.
Viagem multimédia
O centro de interpretação, instalado nos terrenos do antigo museu militar, ocupa uma área de 1900 metros quadrados e pretende "descrever a razão pela qual sucedeu a Batalha de Aljubarrota e a forma como foi travada". Para tal, irá utilizar como principal recurso um dispositivo multimédia, adiantou Isabel Cordeiro. A divisão será feita em três núcleos museológicos, através dos quais o visitante irá deslocar-se.
O primeiro núcleo irá fazer o enquadramento histórico da batalha através de uma vala arqueológica - vestígio da batalha -, e de um friso cronológico que assume a forma de um jornal electrónico do século XIV, onde o visitante irá recuar no tempo e ambientar-se. O núcleo dois é considerado "o ponto mais alto da visita", explica a assessora, explicando que irá desenrolar-se um "espectáculo inédito, onde se conjugam um filme, diapositivos, som, luzes e efeitos especiais, produzidos numa escala monumental" e que descreve, durante 30 minutos, a noite da batalha. O cenário é feito à escala real e são mostrados "cavalos, armas, corpos dos combatentes, os abatises, as covas do lobo e o próprio relevo do terreno".
O último núcleo "apresenta e descreve factos associados à batalha e à sua época". O material em exposição "ajuda o público a interpretar os factos históricos mais relevantes, como as armas utilizadas e a actuação dos protagonistas", explica Isabel Cordeiro. No espaço estão ainda presentes réplicas de armamento utilizado e ossadas humanas encontradas no terreno da batalha. "Inclui ainda iconografia histórica e imagens das escavações realizadas desde Afonso do Paço", acrescentou a assessora.
Este cenário conjuga-se com serviços educativos, um restaurante e uma loja. No exterior do centro, existe um amplo espaço onde decorreu a batalha real que o visitante poderá explorar. Também no Vimeiro, no concelho da Lourinhã, nasceu na passada semana um centro de interpretação para melhor conhecimento daquele acontecimento militar que opôs as tropas luso-britânicas às francesas. A iniciativa visou a comemoração dos 200 anos da batalha contra os invasores franceses e explica como tudo se passou. O Centro de Interpretação dispõe também de uma vista privilegiada sobre o campo de batalha.
O confronto bélico de 21 de Agosto de 1808 foi travado durante a Guerra Peninsular entre as tropas de Junot (formadas por 13 mil homens) e as luso-britânicas de Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington (apoiado num exército de 18 mil homens), na sequência da primeira das duas invasões das tropas francesas e também marca o início da expulsão dos franceses do território.
Segundo o historiador Saul António Gomes, conselheiro deste novo centro, este será "uma referência significativa a nível nacional" através da "divulgação para grandes públicos de um acontecimento essencial na História". O historiador acentua ainda que a importância do centro assenta na forma de "levar a História a públicos actuais, tendo sempre em vista esse mesmo público", "reintroduzindo-se a investigação da História Medieval e da Batalha de Aljubarrota".
"O projecto está concebido para públicos nacionais e estrangeiros e pretende informar e esclarecer sobre o assunto sem heroísmos", explicou ao PÚBLICO Saul António Gomes, acrescentando que "nenhum espanhol terá motivo de tensão ao visitar o museu". O historiador conclui que este centro será "um exemplo museológico a nível europeu e até mundial".
Em 2001, o local onde decorreu a Batalha de Aljubarrota foi classificado pelo Ippar como monumento nacional. Um ano depois, surgia a FBA com o objectivo de recuperar, requalificar e valorizar o Campo de São Jorge. Em 2004, o Ministério da Defesa Nacional e a FBA estabeleciam um protocolo onde ficou decidida a transformação do antigo museu militar num centro de interpretação da batalha. Os trabalhos tiveram início em Junho de 2005 e duraram até este ano.
No próximo ano, estará concluído outro centro de interpretação relacionado com a Batalha de Aljubarrota junto ao Mosteiro da Batalha e a Fundação pretende "continuar a recuperar a paisagem do campo de Batalha de Aljubarrota", explica a assessora, que acrescenta que "a FBA poderá vir a participar na construção dos centros de interpretação das batalhas de Atoleiros e de Trancoso".

3 comentários:

Anónimo disse...

santa padeyra?

Anónimo disse...

foi bue fixe quando foi ai

Anónimo disse...

foi bue fixe quando o 6e e o 6g foi ai da escola nun' alvares